Vida e Saúde
Parar de fumar é a melhor forma de proteger o coração, revela estudo
Pesquisa reúne uma das maiores análises já feitas sobre o impacto do tabagismo em doenças cardiovasculares e mortalidade.
Fumar menos não elimina o risco de doenças cardiovasculares: parar de fumar completamente é a estratégia mais eficaz para proteger a saúde. Essa é a principal conclusão de um novo estudo publicado na revista científica PLOS Medicine.
O tabagismo é a principal causa evitável de doenças e mortes no Brasil e no mundo. Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), mais de 16 milhões de americanos convivem com doenças relacionadas ao cigarro, tornando o fumo um grande problema de saúde pública.
No novo estudo, pesquisadores da Johns Hopkins Medicine analisaram dados de 22 estudos de coorte, envolvendo 323.826 adultos acompanhados por até 19,9 anos, registrando mais de 125 mil mortes e 54 mil eventos cardiovasculares.
Os pesquisadores utilizaram modelos estatísticos para avaliar a relação entre o histórico de tabagismo, o número de cigarros consumidos por dia e o tempo desde a cessação do hábito, em relação aos desfechos cardiovasculares.
Entre os participantes, com idade média de cerca de 60 anos, 76% eram mulheres. Destes, 14% eram fumantes atuais, 36% nunca fumaram e 49% eram ex-fumantes.
Foram considerados fatores como idade, sexo, raça, escolaridade, índice de massa corporal, diabetes, histórico de doença coronariana e consumo de álcool. O grupo de referência era composto por pessoas que nunca fumaram.
O estudo apresenta uma das análises mais detalhadas já realizadas sobre os efeitos do tabagismo em diferentes níveis, tanto em mortalidade quanto em doenças cardiovasculares.
"Pesquisas anteriores já demonstravam que o tabagismo aumenta o risco de doenças cardiovasculares, mas a relação exata entre a intensidade do fumo e os desfechos de saúde era incerta, especialmente em casos de tabagismo leve", explica Michael Blaha, diretor de pesquisa clínica do Centro Ciccarone para a Prevenção de Doenças Cardiovasculares da Johns Hopkins e autor correspondente do estudo. "Este estudo mostra que mesmo baixos níveis de tabagismo — como poucos cigarros por dia — trazem riscos cardiovasculares substanciais", completa.
Parar de fumar completamente — e não apenas reduzir o consumo — proporciona o maior benefício à saúde.
Os resultados trazem estimativas específicas sobre o risco enfrentado por ex-fumantes e fumantes atuais, inclusive aqueles que fumam poucos cigarros por dia, considerando três fatores: o tempo de tabagismo, a quantidade diária e o tempo desde a cessação, cada um relacionado ao risco de doenças cardíacas e morte.
"Nossos resultados ilustram a complexa relação entre a quantidade de cigarros fumados ao longo do tempo e o tempo decorrido desde que a pessoa parou de fumar", afirma Blaha. "Esses dados, que evidenciam o forte valor de parar de fumar o quanto antes, reforçam a importância de educar a população e incentivar a cessação precoce como estratégia fundamental para reduzir o risco de doenças graves."
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