Vida Esportiva
Olho na Copa: semifinalista no Catar, Marrocos consolida projeto e volta ainda mais forte em 2026
Futura sede de Mundial, potência africana se apoia em base mais experiente e moderno centro de treinamentos e desenvolvimento em Rabat
Adversário do Brasil na estreia da Copa do Mundo de 2026, Marrocos já não é mais considerado uma surpresa. Semifinalista em 2022, a equipe liderou um grupo com Croácia, Bélgica e Canadá, eliminou Espanha e Portugal, e só foi superada pela França. Quatro anos depois, retorna ao Mundial com elenco mais experiente e opções ampliadas.
Os Leões do Atlas vivem sua melhor fase: após a Copa, conquistaram a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Paris, no ano passado, e o título do Mundial Sub-20, em outubro, no Chile — com vitória sobre a Argentina na final.
A partir do próximo dia 21, Marrocos também sediará a Copa Africana de Nações, uma oportunidade para torcedores e adversários observarem de perto as forças do futebol africano.
Em relação ao time de 2022, há mudanças significativas. O meia-atacante Ziyech, destaque na última edição e hoje com 32 anos, enfrentou um ciclo conturbado, marcado por lesões e mudanças de clube. Em outubro, acertou com o Wydad Casablanca-MAR, mas perdeu espaço na seleção.
Por outro lado, o técnico Walid Regragui, que permanece no comando, ganhou o reforço de Brahim Díaz. O meia-atacante do Real Madrid, um dos mais técnicos da Europa, assumiu a camisa 10 dos Leões. Nascido na Espanha, Díaz é resultado do projeto de captação de talentos com raízes marroquinas, iniciado pela federação em 2010.
Nas Eliminatórias Africanas, Marrocos foi a primeira seleção do continente a garantir vaga no Mundial. El Kaabi (Olympiacos-GRE), de 32 anos, que disputou 2018, mas ficou fora em 2022, foi o artilheiro da equipe.
O comentarista e especialista em futebol africano Marcus Carvalho, da CazéTV e do projeto Ponta de Lança, destaca a academia Mohammed VI, centro de treinamento de excelência inaugurado em 2009 pelo rei Maomé VI, em Rabat, como um dos principais diferenciais do futebol marroquino.
— Eles têm o melhor projeto de futebol do continente africano. Podemos centralizar tudo na figura da academia, um centro de desenvolvimento, estudos e recuperação para jogadores. É um local onde os jovens estudam, disputam campeonatos e as categorias de base se encontram com frequência. Há todo um projeto de identidade de futebol definida — explica.
Em 2022, Marrocos se destacou como uma seleção sólida defensivamente, com técnica e velocidade nas transições. Segundo Carvalho, essa identidade permanece, mas a equipe apresenta alta capacidade de adaptação a diferentes jogos e adversários:
— É um time que também consegue tocar a bola e valorizar a posse. No contexto africano, vemos um domínio maior, com jogadas elaboradas e apoio constante. O Marrocos de hoje é capaz de atuar tanto em transição quanto em jogo apoiado — conclui.
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