A Fifa apresentou nesta sexta-feira, durante o sorteio da Copa do Mundo de 2026, o recém-criado Prêmio da Paz da entidade e entregou a honraria a Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, que recebeu um troféu e uma medalha. A premiação repercutiu amplamente nas redes sociais, onde internautas questionaram a escolha do americano.

"Parece roteiro de The Office", escreveu um usuário. Outro internauta comentou: "Trump ganhando esse prêmio aí da Fifa é tipo o Fagner ganhar o Nobel da Paz", em tom de ironia.

Dois meses após manifestar insatisfação por não ter vencido o Nobel da Paz de 2025, Trump foi contemplado com o Prêmio Fifa pela Paz pouco antes do sorteio dos grupos da Copa do Mundo de 2026, que será realizada nos Estados Unidos, México e Canadá. Apesar de o futebol não figurar entre os esportes mais populares do país, Trump tem fortalecido sua relação com a Fifa e sinaliza interesse em usar o torneio como plataforma política no próximo ano.

“Esta é verdadeiramente uma das maiores honras da minha vida. Além dos prêmios, salvamos milhões e milhões de vidas. O fato de termos conseguido isso, tantas guerras diferentes que puderam terminar, em alguns casos, antes mesmo de começarem, foi ótimo”, afirmou Trump após receber a honraria, em cerimônia realizada no Centro Kennedy, local que foi alvo de protestos trumpistas há alguns meses. “O mundo é um lugar mais seguro agora. Os Estados Unidos, há um ano, não estavam em uma situação muito boa e agora são o lugar mais 'quente' do mundo.”

A premiação foi criada no mês passado para reconhecer pessoas que “realizaram ações excepcionais e extraordinárias pela paz” e que “uniram pessoas ao redor do mundo”. A Fifa não divulgou detalhes sobre o processo de escolha ou os responsáveis pela seleção do vencedor.

“Em um mundo cada vez mais instável e dividido, é fundamental reconhecer a contribuição excepcional daqueles que trabalham arduamente para acabar com conflitos e unir as pessoas em um espírito de paz”, declarou Gianni Infantino, presidente da Fifa, em comunicado oficial. “[O prêmio] reconhecerá os enormes esforços daqueles que unem as pessoas, trazendo esperança para as futuras gerações.”

No momento do sorteio dos grupos, Trump retornou ao palco ao lado do premier do Canadá, Mark Carney, e da presidente do México, Claudia Sheinbaum. Publicamente, os líderes evitaram expor divergências sobre temas como tarifas, imigração e combate ao narcotráfico. Curiosamente, cada um sorteou o próprio país durante a cerimônia, sem confirmação se o fato foi acidental ou planejado.