Vida Esportiva
World Athletics desiste de reforma que mudaria regra do salto em distância
Federação suspende proposta de substituir a tábua por uma 'zona de impulsão' após forte oposição de atletas da elite do atletismo
A World Athletics anunciou a suspensão do projeto de reforma do salto em distância, que previa substituir a tradicional tábua de impulsão por uma área maior, com o objetivo de reduzir o número de saltos nulos. A decisão foi tomada após forte resistência dos principais atletas da modalidade.
“World Athletics ouviu seus atletas e decidiu suspender indefinidamente os testes de uma nova zona de impulsão proposta para os saltos horizontais”, afirmou um porta-voz da federação à AFP, na noite de quinta-feira, confirmando reportagem do jornal britânico The Guardian.
O diretor-geral da entidade, Jon Ridgeon, reconheceu a rejeição: “Os atletas não querem (essa reforma). Não queremos entrar em guerra com aqueles que mais nos importam”, declarou ao jornal.
Divulgada em fevereiro de 2024, a proposta previa eliminar a tábua de impulsão e implementar uma “zona de impulsão” mais longa, permitindo que cada salto fosse medido a partir do ponto exato em que o atleta decolasse. A intenção era tornar as competições mais dinâmicas e atrativas, diante da queda de interesse do público, especialmente nos concursos.
Em fevereiro de 2024, uma zona de impulsão de 40 centímetros — o dobro da largura da tábua tradicional — foi testada pela primeira vez em uma competição internacional em Düsseldorf, na Alemanha. Apesar da previsão de validação em 2026, o projeto não conquistou o apoio dos saltadores, defensores da precisão técnica que caracteriza a prova desde os primeiros Jogos Olímpicos modernos, em 1896.
“É uma tolice. Se essas regras forem aplicadas, deixarei o salto em distância”, declarou o grego Miltiadis Tentoglou, bicampeão olímpico. Carl Lewis, nove vezes campeão olímpico — quatro delas no salto em distância — também criticou a proposta, chamando-a de “uma piada”.
A própria federação admitiu a rejeição: “O formato (com uma zona de impulsão) foi bem recebido pelos fãs, mas dificilmente contou com a adesão dos atletas”, informou em nota.
“As zonas de impulsão poderão ser consideradas no futuro para tipos de eventos completamente novos, mas por enquanto não há nada oficialmente previsto”, concluiu a entidade.
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