Vida Esportiva
Revolta, aplausos e 'a culpa é do Abel': palmeirenses reagem à derrota nos arredores do Allianz Parque
Torcida manteve a esperança até o último minuto; "O time não tem repertório nenhum", desabafa torcedor
Quando o árbitro Darío Herrera apitou o fim da partida que consagrou o Flamengo campeão da Libertadores da América, a mancha verde que lotava as esquinas das ruas Caraíbas e Venâncio Aires, em São Paulo, não conteve os gritos de revolta. Rapidamente, porém, os xingamentos se transformaram em uma respeitosa salva de palmas para os jogadores que deixavam o Estádio Monumental de Lima.
Os torcedores que optaram por acompanhar o jogo nos arredores do Allianz Parque, na Barra Funda, mantiveram a esperança até o último lance. Faltando apenas 30 segundos para o fim da prorrogação, uma torcedora ainda gritava "vai virar! vai virar!" enquanto a bola se aproximava do gol do Flamengo. Aos 43 minutos do segundo tempo, quando o Palmeiras desperdiçou mais uma oportunidade, gritos de frustração se misturavam ao brado de "eu acredito".
Desde o meio da tarde, a torcida ocupava as ruas da Barra Funda, onde bares temáticos palmeirenses estavam lotados. O clima era de animação: cantavam que a Libertadores era uma "obsessão", que o time liderado por Abel Ferreira precisava "jogar com alma e coração" e que eram "Palmeiras até morrer".
Havia uma ansiedade alegre no ar. Uma jovem chegou a enviar mensagem à mãe dizendo estar adorando assistir ao jogo no meio da multidão: "parece bloquinho de carnaval". Outra torcedora, sem hesitar, amamentou o filho ali mesmo, entre os presentes.
O clima começou a pesar quando, aos 31 minutos, Pulgar deu uma entrada dura em Fuchs, que ficou caído no gramado. Para a revolta dos torcedores, o volante do Flamengo recebeu apenas cartão amarelo, e não a expulsão esperada.
Aos 21 minutos do segundo tempo, o zagueiro Danilo marcou o gol do Flamengo. Após segundos de silêncio incrédulo, a torcida tentou reagir: "O Palmeiras é o time da virada/ O Palmeiras é o time do amor". O grito de guerra persistiu, ainda que menos animado, até a confirmação da derrota.
Alguns torcedores fechavam os olhos, em prece ou desabafo. Outros questionavam as escolhas do técnico Abel Ferreira e as decisões da arbitragem. Aos 30 minutos do segundo tempo, um torcedor tentou animar: "Tá melhorando! Tá melhorando!". A cada aproximação do ataque palmeirense, a vibração aumentava, e os gritos de incentivo se intensificavam. Com o início da prorrogação, uma moça ainda berrou: "vai pra cima, Palmeiras!". Mas não foi suficiente.
Com o apito final e a dispersão silenciosa da multidão, muitos palmeirenses passaram a apontar o responsável: Abel Ferreira.
— O problema do Abel é que ele é louco. Gastamos milhões com esse elenco, mas o time não tem repertório nenhum. É só chutão de goleiro e chuveirinho. Assim o time fica vulnerável — desabafou Daniel Correa, que veio com a esposa e a filha de Cambuí, no Sul de Minas, para assistir ao jogo próximo ao estádio.
Viviane Correa, a esposa, afirmou que a família segue confiante de que o tetra virá em 2026, porque "o palmeirense é sem-vergonha", perdoa fácil e não desiste de acreditar.
Enquanto a maioria dos torcedores deixava o local, alguns ainda cantavam e soltavam fogos. Na esquina das ruas Caraíbas e Palestra Itália, um grupo chegou a derrubar tapumes que separavam as duas vias, obrigando a Polícia Militar a isolar a área.
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