Após semanas marcadas por duas recaídas musculares e decisões precipitadas sobre o próprio retorno, Raphinha está de volta ao Barcelona, impondo o estilo competitivo que o caracteriza — e colocando o técnico Hansi Flick diante de um novo dilema. O treinador alemão, que reconheceu erros na gestão física do atleta, deve conceder mais minutos ao brasileiro diante do Alavés e avalia até sua inclusão entre os titulares, em meio a uma equipe que ainda carece de personalidade.

Liderança em campo

Na reestreia no Spotify Camp Nou, com apenas nove minutos contra o Athletic, Raphinha parecia estar apenas em fase de teste físico. No entanto, em Londres, diante do Chelsea, seu desempenho em pouco mais de meia hora evidenciou aquilo que o Barça não tem encontrado em outros jogadores: intensidade, inconformismo e liderança.

O ponta brasileiro entrou no lugar de Lewandowski e rapidamente mudou o ritmo da equipe, algo que Flick passou a considerar essencial. As duas lesões, agravadas por uma tentativa apressada de retorno em Oviedo, atrasaram o processo de recuperação. O próprio jogador reconheceu a responsabilidade pelas recaídas:

— Assumo a responsabilidade pelas minhas duas recaídas — afirmou, em entrevista recente.

Flick, por sua vez, admitiu falhas na condução da carga física do atleta. Os números reforçam a urgência em recuperá-lo: na última temporada, Raphinha participou de 57 ações que terminaram em gol — foram 34 gols e 23 assistências.

Nesta temporada, porém, soma apenas 3 gols e 2 assistências em 9 jogos, sendo titular em cinco deles. A queda de rendimento reflete não apenas as lesões, mas também simboliza o vazio criativo da equipe.

Com Fermín lesionado e Rashford rendendo pela esquerda, mas ainda sem oferecer as "qualidades intangíveis" que o elenco perdeu, o debate sobre quem deve iniciar no ataque ganhou força. Raphinha, que já demonstrou capacidade de atuar como meia-atacante, pode ser opção para suprir essa lacuna, embora a função não seja a ideal para seu estilo de jogo.