Vida Esportiva
Após Paris-2024, ginástica artística do Brasil inicia no Mundial de Jacarta o seu ciclo olímpico mais desafiador
Equipe feminina, que conquistou quatro medalhas na França, trabalha para manter o patamar e a masculina, para voltar aos Jogos Olímpicos

A ginástica artística, carro-chefe do Brasil em Paris-2024, deverá ser a modalidade com o maior desafio no ciclo Los Angeles-2028, que começa na madrugada deste domingo com o Campeonato Mundial de Jacarta, na Indonésia. A equipe feminina conquistou quatro medalhas em Paris-2024, enquanto o time masculino, que havia se classificado para Tóquio-2020, não obteve vaga para a última edição — o desafio agora é voltar à competição mais importante do esporte olímpico.
É 10:
Novidade em LA-2028:
Atleta americano e fenômeno juvenil:
Destaque em Paris-2024:
Em Jacarta, o Brasil não terá Rebeca Andrade, que conquistou quatro medalhas em Paris e está em ano sabático, sem competições; nem Jade Barbosa, que está grávida de Eva, e Lorrane Oliveira, em período de recuperação física. Do time medalhista de bronze, apenas Flávia Saraiva e Júlia Soares representarão o país. Além delas, as novatas Júlia Coutinho e Sophia Weisberg, ambas com 15 anos e que subiram para o adulto neste ano, estrearão em Mundiais.
A seleção feminina estreia na terça-feira, a partir das 6h30 (horário de Brasília), com a disputa nas barras assimétricas, seguida pela trave, solo e salto. Já o masculino inicia sua participação na madrugada de amanhã, às 1h50, com a seguinte sequência: barras paralelas, barra fixa, solo, cavalo com alças, argolas e salto. A competição, a primeira a ser realizada no Sudeste Asiático, se estende até o dia 25.
Aos 26 anos, Flávia será a principal referência no feminino e disputará o sexto Mundial da carreira. Prata por equipes e bronze no solo na última edição, em 2023, ela chega a Jacarta novamente como candidata ao pódio.
Após passar por uma cirurgia no ombro no fim do ano passado, Flávia optou por voltar aos poucos neste ciclo olímpico. Assim, ela não deve disputar o individual geral (foi Top 10 em Paris-2024) e focará na trave e no solo. Diferentemente de Rebeca, ela não deve abandonar o individual geral para Los Angeles-2028.
Neste ano, Flávia competiu apenas na trave, conquistando a medalha de ouro no Campeonato Brasileiro e na etapa da Copa do Mundo na Hungria — nesta mesma competição, Júlia Soares foi prata no solo e Júlia Coutinho, bronze.
— Estou tendo a oportunidade de treinar com atletas dez, onze anos mais novas do que eu. Eu e a Julia Soares também estamos aqui para ensinar. Não é hora de cobrança, mas de aprendizado e amadurecimento de jovens ginastas. Nossa corrida pela vaga olímpica começa em 2026 — comenta Flávia, que há dez anos, quando debutou em Mundiais, foi nona colocada com a equipe brasileira e finalista no individual geral. — A gente consegue ensinar até sem palavras. É possível assimilar muita coisa observando postura, comportamento.
A 53ª edição do Mundial de Ginástica Artística, marco inaugural do ciclo olímpico, é uma competição “de especialistas”, com disputas por aparelhos e individual geral. Cerca de 80 países estão inscritos no torneio; o governo indonésio não emitiu vistos para a delegação israelense por causa do conflito na Faixa de Gaza. Assim como Rebeca, Simone Billes, dos Estados Unidos, é ausência.
Os 24 melhores ginastas no geral e os oito melhores em cada aparelho individual — com um máximo de dois por país — se classificarão para as finais masculina e feminina.
Francisco Porath Neto, coordenador da seleção brasileira feminina, vai aguardar o treino de pódio na manhã deste sábado para definir quais aparelhos cada atleta disputará. Segundo a Confederação Brasileira de Ginástica, "uma homenagem a nomes como Marta, Pelé e Zico, atletas e pessoas que inspiram e são admiradas pelas ginastas brasileiras, tanto pela trajetória quanto pelos valores que representam dentro e fora dos campos".
— Temos uma equipe renovada vindo aí, para se juntar com as atletas mais experientes. Depois de tudo o que fizemos neste ano, inclusive processos seletivos, chegamos a este grupo — garante Chico, que novamente comentou sobre a Rebeca: — Dentro do planejamento da Rebeca, este ano seria mais tranquilo. Em 2026, aí sim, começa a valer a classificação olímpica.
Em relação aos homens, o Brasil terá Arthur Nory, Caio Souza, Diogo Soares, Vitaliy Guimarães e Tomás Florêncio (substitui Yuri Guimarães que teve desconforto em treinos para o Mundial). Vitaliy, americano com cidadania brasileira, reforça a seleção nesta temporada. Ele é especialista no cavalo com alças — também estará nas barras paralelas. Diogo e Caio disputarão o individual geral.
Na Copa do Mundo da Hungria, Caio ficou com a prata nas barras paralelas. No início do mês, foi hexacampeão brasileiro no individual geral masculino. E Yuri e Vitaliy levaram a prata e bronze, respectivamente.
Para Caio, o Mundial é um novo recomeço. Ele ficou fora de Paris-2024 por causa de uma série de lesões e problemas de saúde. Sem ele, o Brasil teve dificuldades para a classificação por equipes. Aos 32 anos e em ótimas condições físicas, Caio comentou sobre o início do ciclo:
— O primeiro ano do ciclo embute em si os seus desafios. A cada ciclo que se inicia, temos mudanças no código, e desta vez tivemos as mais significativas até então, na minha opinião. O sentimento é de felicidade neste reinício, agora num ciclo normal. O passado foi de três anos; o anterior, de cinco, tudo por decorrência da pandemia. Estou ansioso para que comece o Mundial.
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