A dermatologista e ex-BBB Laís Caldas anunciou em suas redes sociais que está grávida do primeiro filho com Gustavo Marsengo, também ex-participante do reality. Segundo Laís, ela fazia uso regular de anticoncepcional oral, mas iniciou recentemente o tratamento com a caneta emagrecedora.

“Eu realmente estava tomando anticoncepcional oral direitinho, mas eu casei em setembro e fiz o protocolo com Mounjaro, a tirzepatida”, relatou Caldas.

Canetas emagrecedoras podem facilitar a gravidez?

Ao longo dos anos, diversas mulheres compartilharam relatos de gravidez após o uso de canetas emagrecedoras. Um grupo no Facebook chamado "Fiquei grávida com " conta com mais de 450 membros. Em outras plataformas, internautas também relataram gestações inesperadas durante o uso de medicamentos como Ozempic.

Algumas evidências indicam que fármacos como Ozempic, Wegovy e Mounjaro podem auxiliar no tratamento da síndrome dos ovários policísticos (SOP), uma das principais causas de infertilidade feminina. Por isso, alguns médicos nos EUA têm prescrito essas injeções para tratar a condição. No entanto, não há comprovação científica definitiva sobre esse efeito.

Estudos envolvendo a semaglutida, princípio ativo do Ozempic, não encontraram relação entre o medicamento e falhas na eficácia dos anticoncepcionais. Por outro lado, uma revisão de seis estudos apontou que a tirzepatida reduziu a concentração de hormônios contraceptivos no sangue das mulheres analisadas, especialmente nas primeiras quatro semanas de uso e durante o ajuste de dose.

Orientações de ginecologistas e obstetras

Em julho deste ano, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) emitiu recomendações sobre o uso de canetas emagrecedoras. Segundo a entidade, a principal preocupação é o efeito desses medicamentos no esvaziamento gástrico, que pode interferir na absorção dos anticoncepcionais.

As recomendações da Febrasgo incluem:

- Contraceptivos orais podem ser mantidos durante o uso de semaglutida, com acompanhamento médico;

- Mulheres que utilizam tirzepatida devem ser orientadas a não usar contraceptivos hormonais orais, optando por outro método ou associando métodos de barreira por pelo menos quatro semanas após o início ou ajuste de dose;

- Recomenda-se oferecer métodos contraceptivos altamente eficazes a todas as usuárias de agonistas do GLP-1, como DIUs (hormonal ou de cobre) ou implante hormonal de longa duração, já que não se conhece o potencial teratogênico desses medicamentos;

- Não há evidências de segurança para o uso desses medicamentos durante gestação e amamentação. A semaglutida deve ser suspensa por ao menos dois meses e a tirzepatida por um mês antes de uma possível gravidez.