Vida e Saúde
Por que você não deve lavar o frango antes de cozinhar, segundo especialistas
Conselhos de segurança alimentar da Austrália e dos EUA alertam para o risco de contaminação ao lavar aves cruas; entenda os motivos
Você costuma lavar o frango antes de cortá-lo ou cozinhá-lo? Embora seja um hábito comum, especialmente entre pessoas que seguem dietas ou preparam marmitas fitness, essa prática é desaconselhada por autoridades de saúde. Lavar o frango cru pode espalhar bactérias perigosas pela cozinha, aumentando o risco de contaminação alimentar.
De acordo com o Conselho de Informação sobre Segurança Alimentar da Austrália, a crença de que lavar aves elimina contaminantes é um mito difundido por redes sociais e tradições populares. O órgão, assim como os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, orienta que não se deve enxaguar o frango antes do preparo. A prática pode, na verdade, gerar riscos à saúde ao propagar bactérias para superfícies, utensílios e outros alimentos.
Pesquisas mostram que mais da metade dos adultos na Austrália e até 70% dos americanos ainda lavam o frango cru, apesar dos alertas. Especialistas explicam que o contato da água com o frango cru faz com que bactérias sejam dispersas por respingos, provocando a chamada infecção cruzada — quando micro-organismos contaminam recipientes, alimentos e utensílios ao redor.
Estima-se que cerca de uma em cada 25 embalagens de frango cru nos EUA contenha salmonela, bactéria que pode causar diarreia, cólicas, vômitos e, em casos graves, hospitalização ou morte. A salmonela é uma das principais causas de doenças transmitidas por alimentos no país, levando mais de 26 mil pessoas ao hospital e provocando cerca de 420 mortes anuais.
Além da salmonela, outras bactérias como E. coli, listeria e campylobacter também podem estar presentes em aves cruas. Um estudo do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), realizado em 2019, revelou que 60% das pessoas que lavaram frango encontraram bactérias na pia após a lavagem. E mesmo após a limpeza, 14% ainda detectaram a presença desses micro-organismos.
O estudo também apontou que 26% dos participantes transferiram bactérias do frango cru para a alface da salada, aumentando o risco de ingestão de agentes patogênicos. As bactérias podem sobreviver em superfícies por horas ou até semanas, caso não sejam eliminadas com produtos adequados, como água sanitária ou álcool.
Para evitar riscos, o USDA recomenda preparar alimentos não cozidos, como vegetais e saladas, antes de manusear carnes cruas. Além disso, qualquer superfície ou utensílio que tenha tido contato com carne crua deve ser higienizada cuidadosamente com água e sabão.
Mais lidas
-
1CRISE INTERNACIONAL
UE congela ativos russos e ameaça estabilidade financeira global, alerta analista
-
2DEFESA NACIONAL
'Etapa mais crítica e estratégica': Marinha avança na construção do 1º submarino nuclear do Brasil
-
3ECONOMIA GLOBAL
Temor dos EUA: moeda do BRICS deverá ter diferencial frente ao dólar
-
4REALITY SHOW
'Ilhados com a Sogra 3': Fernanda Souza detalha novidades e desafios da nova temporada
-
5DIREITOS DOS APOSENTADOS
Avança proposta para evitar superendividamento de aposentados