Vida e Saúde
Síndrome de Kallmann: rara condição pode causar micropênis, perda de olfato e baixa libido; Hitler teria doença, aponta documentário
Diagnóstico costuma ser feito quando a puberdade não se inicia na infância
Um documentário do Channel 4, "O DNA de Hitler: O Projeto de um Ditador", revelou que Adolf Hitler possuía a síndrome de Kallmann, um distúrbio genético que prejudica o desenvolvimento dos órgãos sexuais e reduz a produção de testosterona. A descoberta, feita a partir da análise de vestígios de sangue do ditador, pode explicar seu notório desconforto com mulheres e a ausência de filhos com Eva Braun. A nova pesquisa também refuta a sugestão de que Hitler teria ascendência judaica.
De acordo com a National Library of Medicine, a síndrome de Kallmann é uma forma congênita de hipogonadismo causada por baixos níveis de hormônios hipogonadotróficos, o que pode resultar em puberdade incompleta ou tardia e infertilidade. Segundo a entidade, o diagnóstico geralmente ocorre quando uma criança não inicia a puberdade.
A condição foi descrita pela primeira vez na era moderna em 1944. Trata-se de uma doença genética considerada rara, ligada ao cromossomo X, que afeta cerca de 1 em cada 48 mil indivíduos, sendo quatro vezes mais prevalente em homens do que em mulheres.
Pesquisadores ouvidos pelo documentário afirmam que todos esses fatores reforçam antigas teorias sobre a impotência de Hitler, ironizada inclusive em uma popular canção da Segunda Guerra Mundial que zombava de sua “falta de vigor sexual”.
— Ninguém jamais conseguiu explicar por que Hitler se sentia tão desconfortável perto de mulheres ao longo da vida — afirmou o historiador Alex Kay, da Universidade de Potsdam, um dos entrevistados no programa.
O estudo genético foi possível graças a uma amostra de sangue retirada do sofá onde Hitler morreu em 1945, preservada por um oficial americano. O material foi analisado pela professora Turi King, da Universidade de Bath, especialista em genética forense, que sequenciou o genoma completo do ditador.
Além da síndrome de Kallmann, o DNA revelou alta propensão a TDAH, autismo, transtorno bipolar e esquizofrenia — condições hereditárias que podem ter influenciado seu comportamento paranoico e antissocial.
— Hitler tem uma pontuação muito alta para esquizofrenia e comportamento antissocial — afirmou a geneticista Ditte Demontis, da Universidade de Aarhus, na Dinamarca. — É uma mistura rara e perigosa.
O psiquiatra Michael Fitzgerald classificou o caso como de “psicopatia autista criminosa”, combinação que, segundo ele, ajuda a compreender parte da mente de um dos maiores genocidas da história.
Hitler manteve segredo absoluto sobre seu estado de saúde e vida íntima, cultivando a imagem de um homem “inteiramente devotado à pátria”. Agora, oito décadas após sua morte, o DNA do ditador começa a revelar a verdade por trás da figura que mudou o curso da humanidade.
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