Vida e Saúde
Estudo revela quantas vezes crianças ficam gripadas por ano e qual a pior faixa etária
Pesquisa aponta que crianças em idade pré-escolar e nos primeiros anos do ensino fundamental lideram taxas de infecção por vírus respiratórios
Para quem tem crianças em casa, a cena é familiar: os pequenos frequentemente adoecem, tornando-se verdadeiros reservatórios de vírus. E quanto menor a idade, maior o impacto. Um estudo publicado recentemente na revista científica Pediatrics revelou que crianças em idade pré-escolar e nos primeiros anos do ensino fundamental registram as maiores taxas de detecção e infecção por vírus respiratórios.
A pesquisa foi conduzida entre novembro de 2022 e maio de 2023 em um grande distrito escolar de Kansas City, nos Estados Unidos. Os resultados mostraram que 92% dos alunos da educação infantil e do ensino fundamental tiveram algum vírus detectado durante o período analisado — percentual muito superior ao observado entre estudantes do ensino médio (86%), do ensino superior (77%) e funcionários das escolas (76%).
De acordo com a pediatra Jennifer Goldman, do Hospital Children’s Mercy, em Kansas City, "crianças pequenas podem ter até dez infecções respiratórias por ano, pois seus sistemas imunológicos ainda estão em desenvolvimento e sendo expostos a diferentes agentes pela primeira vez".
O estudo também apontou que muitas crianças testaram positivo mesmo sem apresentar sintomas, o que reforça o papel das escolas como reservatórios constantes de vírus respiratórios. Nesses ambientes, os alunos atuam como vetores, transmitindo infecções para colegas e familiares.
Entre os vírus mais frequentes, destacam-se os rinovírus, causadores do resfriado comum, detectados em 65% dos participantes ao longo do ano letivo. Em seguida aparecem os coronavírus sazonais (30%) e o Sars-CoV-2, responsável pela Covid-19 (15%). Os dados mostram que, mesmo com o foco em gripe e Covid-19, os vírus respiratórios considerados "comuns" seguem amplamente disseminados.
Especialistas ressaltam que o sistema imunológico infantil ainda está em formação, tornando as crianças mais vulneráveis. Além disso, comportamentos típicos dessa faixa etária — como tocar o rosto, compartilhar objetos e manter contato próximo por longos períodos — favorecem a propagação dos vírus.
Em média, uma criança pode apresentar até oito resfriados por ano, e muitas famílias relatam a sensação de "nunca se recuperar totalmente" antes de uma nova infecção.
A prevenção segue sendo a principal estratégia, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. As recomendações incluem: lavar as mãos com água e sabão por pelo menos 20 segundos, cobrir a boca ao tossir ou espirrar, desinfetar superfícies de uso comum e evitar contato próximo com pessoas doentes. A vacinação contra gripe e Covid-19 também é fundamental.
Além disso, os especialistas reforçam que manter a criança em casa em caso de sintomas respiratórios permanece sendo uma das medidas mais eficazes para evitar a disseminação dos vírus nas escolas e comunidades.
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