Vida e Saúde

Lô Borges e outros famosos que morreram por falência múltipla de órgãos em 2024

Condição ocorre quando dois ou mais órgãos vitais perdem sua função simultaneamente

Agência O Globo - 04/11/2025
Lô Borges e outros famosos que morreram por falência múltipla de órgãos em 2024
Lô Borges - Foto: Reprodução

O cantor e compositor Lô Borges, um dos fundadores do Clube da Esquina — movimento musical de vanguarda surgido em Belo Horizonte no final dos anos 1960 e início dos anos 1970 —, morreu na noite deste domingo. Ele estava internado no Hospital Unimed, em Belo Horizonte, desde 18 de outubro, tratando um quadro de intoxicação medicamentosa.

De acordo com boletim divulgado pela assessoria de imprensa da Unimed, Lô Borges faleceu às 20h50 em decorrência de falência múltipla de órgãos. A condição, também chamada de síndrome da falência de múltiplos órgãos (SFMO), ocorre quando dois ou mais órgãos vitais deixam de funcionar ao mesmo tempo.

Além de Lô Borges, outros nomes conhecidos também morreram por essa condição em 2024. Entre eles está o ator Francisco Cuoco, que faleceu em junho após mais de 20 dias internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. O sambista Arlindo Cruz também foi vítima da falência múltipla de órgãos, em agosto, após anos afastado da música devido a um AVC.

No Brasil, a falência múltipla de órgãos atinge cerca de 25% dos pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Segundo o Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS), quanto maior o número de órgãos comprometidos, maior a chance de morte: se dois órgãos são afetados, a mortalidade chega a 60%; com três órgãos, sobe para 85%; e, no caso de quatro ou mais órgãos, é de 100%.

A falência múltipla de órgãos geralmente se instala após um período de aparente estabilidade do paciente, evoluindo de forma progressiva. A degradação dos sistemas ocorre à medida que órgãos vão entrando em desequilíbrio funcional.

O jornalista e apresentador Paulo Soares também foi uma das vítimas da condição neste ano. Ele morreu em setembro, aos 63 anos, após cerca de cinco meses internado no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, tratando complicações decorrentes de problemas na coluna. Nos últimos anos, Paulo Soares passou por diversas cirurgias para aliviar dores e melhorar a mobilidade.

A sepse (ou choque séptico) é a causa mais comum da síndrome, mas ela também pode ser desencadeada por infecções generalizadas, traumas, queimaduras, pancreatite, síndromes de aspiração, doenças autoimunes, eclâmpsia e envenenamento.

Pulmões, rins, estômago e fígado estão entre os órgãos mais afetados, além de possíveis lesões cardíacas e cerebrais pós-traumáticas, alterações glandulares, intestinais, imunológicas e de coagulação.