Vida e Saúde
Dormir com cães e gatos: hábito faz bem ou mal à saúde?
Compartilhar a cama pode reduzir o estresse e aliviar a ansiedade, mas também pode afetar a qualidade do sono e aumentar o risco de diferentes infecções
Dividir a cama com cães ou gatos pode trazer benefícios como redução do estresse, alívio da ansiedade e fortalecimento do vínculo entre tutor e animal. No entanto, especialistas alertam que a prática exige cuidados.
O veterinário Pablo Antonio Olmedo explica que dormir ao lado do animal de estimação aumenta os níveis de ocitocina, conhecido como o hormônio do bem-estar, e reduz o cortisol, relacionado ao estresse. "Isso pode melhorar o humor e até facilitar o sono", afirma.
Segundo a Fundação Nacional do Sono e a Associação Americana de Psiquiatria (APA), a presença do pet pode aliviar a ansiedade, diminuir a sensação de solidão e reforçar a segurança, especialmente para quem mora sozinho. "Compartilhar um momento tão íntimo fortalece a confiança e a conexão emocional", acrescenta Olmedo.
Por outro lado, a Academia Americana de Medicina do Sono alerta que cerca de um terço das pessoas que dormem com seus animais relatam interrupções frequentes no sono. Isso ocorre porque cães e gatos têm ciclos de sono diferentes, movimentam-se, roncam ou acordam durante a madrugada, o que pode prejudicar a qualidade do descanso dos tutores.
Há ainda riscos ligados à saúde. Animais podem carregar parasitas, bactérias ou alérgenos, principalmente se não estiverem vacinados ou vermifugados regularmente. Para quem sofre de alergias ou asma, a presença de pelos e caspas na cama pode agravar sintomas como rinite, dermatite e asma. "Os pelos flutuantes e as caspas — minúsculos flocos de pele — podem ser inalados e desencadear reações alérgicas", explica Deborah Lee, da Farmácia Online Dr. Fox.
Ela detalha que, ao inalar partículas de caspa, o sistema imunológico reconhece esses antígenos como uma ameaça, desencadeando reações inflamatórias e sintomas respiratórios. "A histamina liberada pode contrair as vias aéreas e aumentar as secreções brônquicas, dificultando a respiração", ressalta.
Outro ponto de atenção são as pulgas, que podem ser transmitidas dos animais para os humanos. Além disso, pesquisas apontam que 86% dos cães e 32% dos gatos abrigam bactérias do grupo Enterobacteriaceae, como salmonela, E. coli e shigella, capazes de causar gastroenterite em pessoas.
A Clínica Mayo, nos Estados Unidos, destaca que o risco de infecção é baixo quando o animal recebe cuidados veterinários adequados. Ainda assim, recomenda-se manter a higiene do pet e da cama, escovar o animal, lavar os lençóis com frequência e realizar exames veterinários regulares.
Outro aspecto a considerar é a dependência emocional. Dormir junto pode aumentar a ansiedade de separação quando o tutor está ausente. Por isso, alguns especialistas sugerem que o animal tenha sua própria cama no quarto.
No fim das contas, a decisão é individual. O mais importante é ponderar os benefícios e riscos, priorizando sempre o bem-estar e a saúde de todos.
Mais lidas
-
1CRISE INTERNACIONAL
UE congela ativos russos e ameaça estabilidade financeira global, alerta analista
-
2ECONOMIA GLOBAL
Temor dos EUA: moeda do BRICS deverá ter diferencial frente ao dólar
-
3REALITY SHOW
'Ilhados com a Sogra 3': Fernanda Souza detalha novidades e desafios da nova temporada
-
4DIREITOS DOS APOSENTADOS
Avança proposta para evitar superendividamento de aposentados
-
5TENSÃO INTERNACIONAL
Confisco de ativos russos pode acelerar declínio da União Europeia, alerta jornalista britânico