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Mascar gengibre, jogar tranca, mastigar 60 vezes a cada garfada e comer em silêncio total: as manias de Cid Moreira
Conheça outras obsessões do locutor, tema do documentário 'Boa noite', de Clarice Saliby
Cid Moreira anotava absolutamente tudo que fazia diariamente em uma agenda. Diretora do documentário "Boa noite", que traça o perfil profissional e também o pessoal do comunicador, Clarice Saliby teve acesso a pelo menos 15 cadernos em que Moreira narrava cada passo de seu dia.
Relembre:
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- Era com nível de detalhe tipo: "Acordei 7h da manhã, fui ao banheiro duas vezes de madrugada, comi morando e granola com iogurte no café da manhã, fulano me ligou e ficamos 45 minutos conversando" - conta a cineasta, que investiu anos em um estudo que resultou num raio-x do lado humano do locutor por trás da persona midiática.
Moreira era repleto de manias. Colecionava relógios, gravatas e aparelhos de escovar os dentes, livros sobre alimentação, saúde e exercícios. A relação com a atividade física era uma coisa muito séria em sua vida. Beirava a obsessão. Praticava caminhada na esteira e pilates diariamente. Monitorava de perto do peso dos amigos.
Mastigar 60 vezes a cada garfada era outra prática que levava à risca. Aliás, ai de quem falasse enquanto Cid fazia suas refeições.
- Tinha que ser um silêncio sepulcral. Ele execrava qualquer pessoa que falasse com ele neste momento. Não marcava nada enquanto estava comendo. Se tivesse um almoço de negócios, dizia que a pessoa teria que esperar ele terminar porque precisava mastigar 60 vezes a cada garfada antes de engolir - conta Saliby.
O gengibre era um fiel companheiro do comunicador. Ele tinha a raiz ("é bom para a voz", dizia), espalhada por toda a casa. Vivia com pedacinhos na boca, que colocava do cantinho na bochecha quando falava com alguém.
Jogar tranca todo os dias era uma diversão.
Já a prática da locução por duas horas diárias, uma dedicação profissional. No programa de áudio de computador Pro Tools, lia poesias de Fernando Pessoa.
- Era muito disciplinado, tanto que com 90 e tantos anos, não parou de se aprimorar até o fim da vida.
Uma curiosidade: quando Saliby perguntou se Moreira, que gravou discos recitando passagens da Bíblia, ele respondeu: "Claro que não. Porque não pode trabalhar no fim de semana. Já pensou, eu sem trabalhar no sábado?".
- A relação mais religiosa dele era com o trabalho, sua verdadeira religião.
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