Variedades
Zé Celso Martinez morre aos 86 anos
Dramaturgo, homenageado pela lista Forbes 50 Over 50 deste ano, não resistiu aos ferimentos causados por um incêndio em seu apartamento
José Celso Martinez Corrêa, ou apenas Zé Celso, morreu nesta quinta-feira (6), aos 86 anos, após um incêndio no apartamento em que morava em São Paulo (SP). A informação foi confirmada por amigos do diretor, ator e dramaturgo, que havia sido homenageado pela lista Forbes 50 Over 50 no início deste mês.
Veja fotos de Zé Celso:

Zé Celso e o marido, Marcelo Drummond - Foto: Bob Sousa

Foto: Bob Sousa

Zé Celso em 2010 - Foto: Garapa - Coletivo Multimídia/Flick

Foto: Natalia Bezerra/Flickr
Com dezenas de prêmios no currículo, como APCA e Shell, além de ter dirigido e atuado em peças emblemáticas da dramaturgia nacional, Zé Celso era um dos maiores nomes do teatro brasileiro e o cérebro por trás do Teatro Oficina, uma das mais importantes companhias de teatro do Brasil.
Vida e obra
Zé Celso nasceu em 1937, em Araraquara, interior de São Paulo. Formou-se pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da USP, mas não seguiu a carreira de advogado. O interesse pelas artes existia desde criança, mas foi durante a faculdade de direito que ele passou a estudar métodos de atuação, mais especificamente do russo Constantin Stanislavski, e que conheceu Renato Borghi, com quem, junto a outros colegas, fundaria em 1958 o Teatro Oficina.
A peça de estreia do teatro, “Vento Forte para Papagaio Subir”, aconteceu ainda em 1958 e foi escrita pelo próprio Zé Celso. Mas foi em 1967 que montou seu espetáculo mais emblemático: “O Rei da Vela”, de Oswald de Andrade, que, por sua estética e crítica política, é considerado um marco na história do teatro.
Nessa época, quando o Brasil vivia o início do regime militar, o Oficina chamou atenção por suas atuações inovadoras, de forte interação com o público e críticas sociais. Zé Celso foi censurado, preso e torturado e, em 1974, exilou-se em Portugal, onde recompôs o Oficina-Samba e apresentou espetáculos. Em seguida, foi para Moçambique, onde realizou o filme “25”, sobre a independência daquele país, e, em 1978, voltou a São Paulo. Em 1991, retornou à cena em “As Boas”, de Jean Genet. “Os Pequenos Burgueses”, “Roda Viva”, “Os Sertões”, “As Bacantes”, “Na Selva das Cidades” são outras obras que marcaram a carreira do dramaturgo.
Zé Celso havia se casado em junho com Marcelo Drummond, com quem viveu por 37 anos, e, antes de morrer, planejava a adaptação do livro “A Queda do Céu”, “soprado” pelo xamã ianomâmi Davi Kopenawa ao etnólogo francês Bruce Albert.
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