Variedades
‘Morte em Veneza’, a peste e a pandemia
Serão três sessões do Cineclube Arte 1 nesta segunda, 24. Pela manhã e à tarde, às 7h45 e 15h, o Caravaggio de Derek Jarman (1942-1993). À noite, às 23h30, Morte em Veneza, de Luchino Visconti (1906-1976). O retrato do pintor, o do músico. Visconti transformou o escritor do romance de Thomas Mann em compositor, um pouco porque a primeira fonte de inspiração de Mann para Aschenbach foi mesmo Gustav Mahler, mas principalmente porque queria utilizar sua música na trilha.
O Visconti virou obra de culto – a homossexualidade, a beleza idealizada, o amor platônico, a peste. Rever o filme em plena pandemia pede outro olhar sobre seu significado humano e estético. No limite, é um filme sobre o tempo, a finitude dos homens. Jarman não se confunde com ninguém mais no cinema inglês. É absolutamente original, e conceitual.
Jarman recria a época de Caravaggio numa garagem, valendo-se de poucos elementos para propor uma intemporalidade. Uma máquina de escrever, uma moto. O século 20 invade a virada do 17. Caravaggio é bissexual e busca seus modelos entre prostitutas, marinheiros e garotos de programa, com os quais se relaciona intimamente. Como é possível criar tanta beleza com tão poucos recursos? Jarman foi, à sua maneira, um gênio.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Autor: Luiz Carlos Merten
Copyright © 2020 Estadão Conteúdo. Todos os direitos reservados.
Mais lidas
-
1CORRIDA ESPACIAL
Rússia avança em nova fase da corrida espacial e preocupa Ocidente, aponta mídia internacional
-
2LUTO NA CULTURA
Tony Germano, ator e dublador, morre aos 55 anos após acidente doméstico
-
3ANÁLISE INTERNACIONAL
BRICS se consolida em meio à instabilidade global, aponta especialista
-
4MÚSICA
Rock in Rio 2026: confira quando começa a venda de ingressos e os valores do Rock in Rio Card
-
5TECNOLOGIA MILITAR
Rússia amplia liderança em drones com expansão da Rubikon, aponta CNN