Variedades
‘Scarface’ em duas versões, de 1932 e 1983

Críticos e historiadores concordam que os ciclos de gângsteres de Hollywood estiveram sempre ligados a períodos críticos. A depressão econômica dos anos 1930, a Guerra Fria, a do Vietnã, o redesenho da geopolítica sob Ronald Reagan. Dois filmes neste domingo, 12, são a prova disso.
Duas cinebiografias de Scarface. A de Howard Hawks, Scarface – Vergonha de Uma Nação, de 1932, passa às 20h15, no Telecine Cult. Segue-se a de Brian De Palma, de 1983, às 22h. Na obra de Hawks, o personagem está ligado a um bloco de filmes em que o grande diretor analisa a tentação da irresponsabilidade. Tony Camonte/Paul Muni é um assassino brutal, mas mata por inocência. Destrói a relação da irmã com seu lugar-tenente. A cruz é o motivo que atravessa o filme. Tony é um monstro, mas simpático. Costuma ser comparado ao Michelangelo de Godard em Tempo de Guerra/Les Carabiniers, de 1963.
Na abertura do Scarface de De Palma, o próprio Fidel Castro brada: “No los queremos”. E expulsa os cubanos indesejáveis, entre eles Tony Montana/Al Pacino, que constrói seu império da droga em Miami. Tony destrói tudo ao seu redor. A mulher amada, a irmã. Leva a irresponsabilidade ao limite. É um monstro, e não é simpático. É excessivo, como o filme. Simplesmente, o maior De Palma.
Autor: Luz Carlos Merten
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