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Agentes Locais de Inovação ajudam empresários a adequar os negócios e contornar a crise gerada pela pandemia
Criado pelo Sebrae para promover a melhoria dos pequenos negócios, a partir de ações de inovação, o Programa Agentes Locais de Inovação (ALI) se tornou um grande aliado dos empresários em Alagoas para enfrentar a crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Afetados pelo isolamento social, adotado para conter o surto da doença, donos de pequenos negócios estão encontrando no ALI a fórmula para sobreviver. Em menos de uma semana, quase 30 empresas passaram a ser atendidas pelo ALI, além das 200 que já vêm sendo acompanhadas pelo programa desde dezembro do ano passado.
Executado em Alagoas desde 2010, o programa ALI tem por objetivo revolucionar o pequeno negócio por meio de inovação. “O ALI possibilita o pequeno negócio aumentar a captura de valor por meio da criação e entrega de soluções inovadoras de maneira acelerada”, diz o analista da Unidade de Relacionamento Empresarial (URE) do Sebrae em Alagoas e gestor do programa, Fábio Rosa. Segundo ele, Alagoas foi um dos precursores do ALI no Nordeste.
O público-alvo do programa são microempresas e empresas de pequeno porte, dos setores de comércio, serviço e indústria, com potencial inovador. Ele consiste em acompanhar a empresa por um período de até oito meses. O acompanhamento é feito in loco por um agente local de inovação e é 100% subsidiado.
A metodologia do ALI está estruturada em quatro fases que consistem na identificação do problema; se vale a pena resolvê-lo; qual a solução para o problema; e, por fim, no desenvolvimento de um modelo de negócios sustentável.
“A gente vai descobrir realmente qual é o problema da empresa e vai atacar um problema por vez. Antigamente a gente fazia muito plano de ação e a gente ia atacando dez, quinze problemas que ele [a empresa] tinha. Mas agora não. Como a gente está fazendo a gestão da inovação, a gente ataca um problema por vez”, explica Fábio, acrescentando que, ao todo, o ALI utiliza 14 ferramentas de análise.
De acordo com Fábio Rosa, para ajudar as empresas adotarem medidas para reduzir os impactos financeiros nos seus negócios provocados pela pandemia de Covid-19, o Sebrae em Alagoas resolveu estender o atendimento do ALI a outros empreendimentos, além dos que já estão sendo acompanhados pelo programa desde dezembro último.
Segundo ele, como os agentes locais de inovação não estão podendo sair para visitar as empresas – inclusive muitas delas estão fechadas, em virtude do decreto governamental, o atendimento está sendo feito virtualmente. “Eles acharam que a gente ia parar o projeto enquanto não retomássemos o atendimento presencial, mas, ao contrário, o Sebrae Nacional liberou a gente para fazer isso virtualmente e está dando muito certo. E aí a gente em Alagoas pensou no que fazer, nesse momento que a gente sabe que, com a pandemia muitas empresas estão precisando da ajuda do Sebrae, e como o programa ALI tem essas ferramentas que ajudam eles, então a gente está atendendo outras empresas que não estejam no nosso projeto, que a gente está chamando de empresas pontuais ou empresas avulsas”, conta.
De acordo com Fábio Rosa, o atendimento a essas empresas está focado em duas ferramentas: modelos de receita e modelos de canais. E por quê? “Porque muitas empresas por exemplo, não faziam delivery e isso é o momento de elas pensarem, fazer transformação digital, entrar em outro modelo de receita e qual é o canal, o delivery”. Com essa iniciativa, o Sebrae ajuda os empreendedores adotarem medidas que vão além da venda convencional, caracterizada por um atendimento presencial; levando-os a investirem em estratégias de vendas por meio de websites e redes sociais.
Uma dessas empresas avulsas atendidas pelo ALI é a Perolah, uma marca alagoana de acessórios femininos, feitos à mão. Segundo a designer Genny Pereira, a marca surgiu em janeiro de 2017, e além das vendas online, conta com três pontos de venda no Estado e clientes em várias cidades do Brasil.
Genny Pereira relata que, em contato por meio de WhatsApp com a coordenadora do Núcleo de Moda do Sebrae em Alagoas, Ana Paula Dantas, ela lhe apresentou a oportunidade de a empresa receber algumas ferramentas aplicadas pelo ALI.
“Desde o início de abril, a empresa vem sendo acompanhada pela ALI Virgínia, que através da metodologia aplicada, tem ajudado a pensar em soluções para esse período e para a volta das atividades, e de que forma a empresa irá se adaptar às mudanças do mercado”, diz.
Ela afirma que a agente ALI tem apresentado alguns modelos de receitas, ou seja, algumas formas para que a empresa possa se monetizar e vender, tanto nesse momento como num futuro próximo e que, com as ações que já estão sendo implantadas, a empresa vem obtendo bons resultados.
Designer e sócia proprietária há seis anos da empresa Nina K – Conceitos & Estilos, uma marca de acessórios femininos e joias artesanais, Nina Kátia Araújo de Lima diz que o principal impacto sofrido pela empresa foi a perda de receita. Segundo ela, como a Nina K não tem loja física e sua principal forma de venda é porta a porta – o que não está sendo possível -, além das redes sociais, ela sentiu a necessidade de trabalhar e de planejar mais o posicionamento digital da marca.
Nina Kátia relata que entrou em contato com o Sebrae e, conversando com Ana Paula Dantas sobre as dificuldades enfrentadas, ela lhe sugeriu que fizesse uma consultoria com o ALI. “Essa mediação foi muito rápida, em dois dias eu já estava com um consultor, já fazendo o diagnóstico da marca e foi muito surpreendente, porque eu cheguei para Ana Paula falando que eu queria melhorar as mídias sociais e queria vender, mas quando você senta com um consultor, mesmo que tenha sido por videoconferência, devido ao cenário que estamos vivendo, você compreende que vai além do que você imaginava”.
Ela diz que, com a ajuda do consultor, conseguiu construir alguns modelos de negócio, pensar em modelos de receita e que, quando terminou a consultoria, percebeu que tem um leque de oportunidades. “E percebi que não poderia me restringir só ao momento da pandemia porque nós estamos muito centrados nisso, pensando no agir agora, mas e como vai ser pós pandemia? E a consultoria com o ALI me fez pensar nisso; eu preciso sim de ações imediatas, nesse momento eu preciso gerar receita para a empresa, eu preciso continuar em contato com minhas clientes, ter novos clientes, mas eu também preciso pensar no pós, e com o material que foi trabalhado com o ALI eu pude fazer essa construção”, afirma.
A designer afirma que os modelos de negócio e os modelos de receita já estão prontos e que ela está alinhando com outras coisas que também foram levantadas na consultoria com o ALI. “A consultoria lhe traz soluções, mas ela também levanta outros questionamentos, outros passos que precisam ser resolvidos. Então eu continuo, na realidade eu solicitei mais uma consultoria ao Sebrae, que também foi algo que foi percebido quando foi feito o diagnóstico com o ALI, e agora já estamos caminhando para que todos esses passos iniciais que foram dados sejam trilhados num caminho só”.
Ela diz ser de extrema importância essa parceria com o Sebrae. “Porque eu como microempreendedora individual, a gente tem os braços muito curtos, em alguns locais a gente não consegue chegar só e o Sebrae é muito parceiro por isso. Ele abraça o micro e o pequeno. O Sebrae está ali como parceiro”.
Nina Kátia afirma que a empresa está sendo reestruturada. “O planejamento está sendo refeito, desde a coleção que precisa ser reorganizada até como vai ser agora o posicionamento digital da marca; como vai ser esse atendimento com os clientes, como vai ser essa abordagem. Então, realmente a Nina K está passando por esse momento de reestruturação para enfrentar esse período, mas não estagnada. Os primeiros dias foram difíceis, foi aquele baque, aquele choque, qual o caminho que eu vou trilhar, quem eu vou provocar. Mas depois a gente arregaçou as mangas e foi atrás dos parceiros possíveis e agora o momento é esse, de reorganização, de reestruturação, tudo sendo bem planejado, bem pensado para que a gente possa superar tudo isso”.
Contato permanente
O gerente de Relacionamento Empresarial do Sebrae em Alagoas, Marcos Alencar, destaca que neste momento de isolamento social devido ao novo coronavírus, os empresários da pequena empresa podem contar com o Sebrae. “Toda a equipe do Sebrae está mobilizada para atender as demandas dos empresários. Além disso, também pode contar com a nossa estrutura de cursos online e gratuito do portal EAD Sebrae com mais de 100 opções de cursos”.
Alencar destaca ainda que o empresário pode entrar em contato com a instituição pelos canais remotos, como o portal sebrae.com.br/alagoas, 0800 570 0800, Telegram t.me/sebraealagoas, WhatsApp (82) 99999-5519, Chat e e-mail fale.sebrae.com.br, Instagram @sebraealagoas, Twitter @sebraealagoas, Facebook /SebraeAlagoas, e Youtube @sebraealagoas.

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