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Rio vai amarelar: assim como táxis e BRTs, nova padronização dos ônibus terá a cor como predominante; entenda
Primeiros coletivos na nova identidade visual serão entregues neste sábado, em evento da prefeitura; todos os veículos comprados pelos vencedores da futura licitação deverão adotar o novo layout
Os ônibus da capital fluminense voltarão a adotar uma padronização visual. Depois da definição de uma cor para cada consórcio — Intersul (amarelo), Internorte (verde), Trancarioca (azul) e Santa Cruz (vermelho) — em 2010, a regra caiu em desuso passados oito anos, quando cada viação foi autorizada a ter uma identidade própria. Essa realidade, no entanto, está com os dias contados: todos os coletivos adquiridos pelas empresas que vencerem a futura licitação deverão ter o amarelo como cor predominante, conforme determinado pela Secretaria municipal de Transportes (SMTR).
'Feliz Natal é o caral**, quero ir para casa':
Câmeras para monitorar atuação do motorista e botão antipânico:
Os atuais operadores também podem adotar o novo padrão, desde que em “linha cuja frota completa seja composta por veículos novos”. Um lote com cem coletivos zero quilômetro, adotando a nova configuração, foi adquirido pela empresa Sancetur, que opera com o nome fantasia de Sou Rio, na Zona Oeste.
Os primeiros veículos chegaram à garagem no fim de novembro e serão apresentados amanhã, em evento da prefeitura em Campo Grande, na Zona Oeste.
— Somos prestadores de serviço e estamos sempre atendendo às determinações da SMTR — observa Paulo Valente, porta-voz do RioÔnibus.
'Notável coincidência':
No Rio, o amarelo combina ainda com um chope no centenário bar Amarelinho, na Cinelândia, e é a cor predominante nos táxis, cuja estampa, atravessada pela faixa azul, tornou-se patrimônio cultural da cidade em 2017. Naquele ano, um decreto do então prefeito Marcelo Crivella reconheceu a necessidade de preservar a identidade do serviço, apontada como “elemento importante da paisagem cultural”.
Em 2026, quando começa a atuar a Força Municipal, o uniforme dos guardas armados também terá detalhes em amarelo, como o nome da companhia, mangas das camisas e boinas.
Cor é a mensagem
Desde 2022, o amarelo também passou a percorrer os corredores de BRT, quando a empresa pública Mobi Rio assumiu a adiministração do modal, que até então adotava o azul como cor principal e estava com veículos sucateados. Atualmente, mais de 700 amarelinhos transportam passageiros por Transcarioca, Transolímpica, Transoeste e Transbrasil. E é justamente esse padrão que inspirará a nova identidade visual dos ônibus convencionais do Rio, segundo a SMTR.
— Muitas das vezes, o letreiro não é legível. Então é importante a cor da pintura do ônibus para identificá-lo. Quando padronizou da última vez, lá na Ilha do Governador, onde moro, foi horrível — lembra o funcionário público Antônio Machado, desconfiado da novidade.
Para Maurílio Soares, mestre em Artes pela Uerj e designer gráfico, a facilidade de comunicação com os usuários deve ser a prioridade nesses projetos. Ele já assinou projetos de design adotados por empresas de ônibus, como um inspirado no futebol, na Viação Dedo de Deus, de Teresópolis.
— As cores, na maioria das vezes, auxiliam muito mais na identificação do que o próprio texto. É a primeira mensagem captada, a cor se vê de longe. A padronização, dessa maneira, dificulta a identificação. Considero fundamental que se tenha uma diferenciação cromática na parte frontal do ônibus — opina Maurílio. — O amarelo é uma cor viva, que chama a atenção. Tem essa facilidade na comunicação, mas é muito acesa e pode cansar pelo excesso.
O Rio em cem anos:
Em maio deste ano, o prefeito Eduardo Paes prometeu que a uniformização dos ônibus, desta vez, será “um pouco menos discreta” do que a de 2010, com um “grau de cafonice”, seguindo um “padrão lata de azeite”. Três meses depois, a SMTR publicou a resolução que estabelece o amarelo como cor predominante e os detalhes em preto, ressaltando que a escolha “favorece a consolidação de uma identidade única do sistema de transporte público por ônibus”.
Haverá também uma faixa — nas laterais, frente e traseira — com uma cor diferente para cada região da cidade. Ao todo, são nove opções, como a faixa laranja para os veículos que circularem em Campo Grande, ou roxa em Santa Cruz: os dois bairros da Zona Oeste serão os primeiros contemplados pela nova licitação de ônibus do Rio, com concorrência marcada para 6 de fevereiro (até 2028, serão 34 lotes licitados).
Zona Sul cinza
Coletivos que rodarem por Bangu e Realengo terão a faixa marrom; Barra da Tijuca, azul claro; Jacarepaguá, rosa; Anchieta, Grande Madureira e Grande Méier, verde; e Pavuna e subúrbios da Leopoldina, azul escuro. Já o detalhe em vermelho caracterizará a Ilha do Governador, enquanto o cinza será usado nos coletivos da Grande Tijuca, do Centro e da Zona Sul. Essa parte da pintura será ilustrada por doze pontos turísticos da cidade, como Pão de Açúcar e Arcos da Lapa, assim como a Praça da Apoteose, a Igreja da Penha e o Shopping Bangu.
Motorista da linha 383 (Realengo—Praça da República), Valdir Ferreira diz que a mudança de cor pode afetar a identificação por usuários.
— Muitos pegam ônibus pela cor, não pelo itinerário, principalmente os idosos — conta.
Já o aposentado Jorge Otávio cobra melhoria do serviço:
— Não adianta mudar a cor se a qualidade não mudar.
Força Municipal:
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