RJ em Foco
Polícia investiga hackers que alteravam mandados de prisão para favorecer o Comando Vermelho
Criminosos invadiam sistemas judiciais para ocultar medidas cautelares, multas e débitos de IPVA
A 126ª DP (Cabo Frio) deflagrou, na manhã desta quinta-feira, uma operação contra hackers suspeitos de invadir plataformas informatizadas da administração pública para beneficiar integrantes do Comando Vermelho.
As investigações, iniciadas em julho deste ano, identificaram que os criminosos ofereciam a remoção de mandados de prisão do sistema do Tribunal de Justiça mediante o pagamento de R$ 3 mil. Segundo a Polícia Civil, todas as divulgações do esquema faziam menção direta ao CV.
Agentes cumprem mandados de prisão e de busca e apreensão no Rio de Janeiro, com apoio da Polícia Militar, e em Minas Gerais, em conjunto com a Polícia Civil local. Até o momento, três pessoas foram presas.
De acordo com as investigações, os hackers utilizavam VPNs e senhas de servidores da Justiça para acessar o Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP). Como não era possível apagar os mandados, eles alteravam dados que permitiam localizar a ordem judicial. Assim, quando policiais consultavam o sistema pelo nome correto, o mandado não era identificado, criando a falsa impressão de que não existia.
Os criminosos também ameaçavam os contratantes, afirmando que, caso não pagassem o valor cobrado, emitiriam novas ordens judiciais contra eles.
Para desmantelar o esquema, as equipes identificaram inicialmente os responsáveis pela divulgação dos anúncios nas redes sociais e, em seguida, seguiram o fluxo financeiro para localizar os demais envolvidos. Descobriu-se que a namorada de um dos suspeitos cedia sua conta bancária para movimentar o dinheiro arrecadado. A partir dela, foi identificado um intercâmbio financeiro com outros criminosos em Minas Gerais.
As investigações avançaram até a localização do chefe do esquema, que já havia trabalhado em empresas de certificados digitais e conseguiu “apagar” um mandado de prisão da Justiça Federal do Rio de Janeiro. Após esse feito, passou a oferecer o serviço a terceiros. Ele já havia sido preso por agentes da 36ª DP (Santa Cruz), em setembro, por violação de segredo profissional, associação criminosa e estelionato.
Enquanto atuava na empresa de certificados digitais, o suspeito realizava a quebra de autenticação em duas etapas, decodificava certificados digitais, manipulava dados cadastrais de magistrados e emitia alvarás judiciais de forma fraudulenta.
Até o momento, não há indícios de envolvimento de servidores públicos no crime. Segundo a Polícia Civil, esses profissionais foram vítimas de roubo de dados de login e senha.
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