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Eco Sapucaí, antigo 'elefante branco' ao lado do Sambódromo, vai receber centro de tecnologia da Firjan Senai

O edifício abrigará cursos com formação prevista de 9 mil profissionais por ano

Agência O Globo - 18/12/2025
Eco Sapucaí, antigo 'elefante branco' ao lado do Sambódromo, vai receber centro de tecnologia da Firjan Senai
Imagem ilustrativa gerada por inteligência artificial - Foto: Nano Banana (Google Imagen)

Ao lado do Sambódromo do Rio, está um dos últimos projetos de Oscar Niemeyer: o edifício Eco Sapucaí. Inaugurado três anos após a morte do arquiteto, em 2015, o prédio não foi apreciado da mesma forma que a maioria das obras do projetista — que desenhou a Passarela do Samba, logo ali ao lado. O local só foi alugado pela primeira vez seis anos após a sua construção, em 2021. Entretanto, desde então, o imóvel começou a abrigar empresas do setor tecnológico e, com a chegada de mais uma empreitada do ramo, pode consolidar-se como um polo de inovação da cidade. Este ano, a Firjan Senai assumiu parte do espaço para alocar o seu Centro de Referência em Tecnologia da Informação e Comunicações (Digitech), que será inaugurado na próxima sexta-feira.

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O Centro de Referência ocupará mais de 2.500m² do Eco Sapucaí, com infraestrutura de ponta – de arena de cibersegurança a espaços hiper-realistas e de ciência de dados. Segundo a Firjan Senai, a unidade será o maior polo de formação tecnológica do estado, com capacidade de formar mais de 9 mil novos profissionais por ano em diversas certificações. A iniciativa está instalada junto a uma escola de programação, a 42 Rio, e uma fornecedora líder de tecnologia para a indústria de energia, a TechnipFMC, também abrigadas no prédio vizinho ao Sambódromo.

A iniciativa chega em um bom momento para essa região do Centro: em novembro, o prefeito Eduardo Paes anunciou o projeto Praça Onze Maravilha, que promete revitalizar os entornos da Sapucaí e construir boulevard, moradias e espaços educacionais, como a Biblioteca dos Saberes.

— Serão investidos quase 2 bilhões de reais na transformação daquela região, que vai complementar o processo de revitalização do Centro. Vão ser quase 40 mil novas unidades residenciais, e mais de 100 mil novos moradores esperados nos próximos vinte anos — declarou o vice-prefeito Eduardo Cavaliere na apresentação do plano urbanístico.

Além disso, o Digitech vai de encontro a outras ações que promovem inovação na região do Centro, como o hub Porto Maravalley (Pomar), projeto tecnológico e educacional que inclui o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa Tech), no Porto Maravilha. O novo centro de informação dialoga ainda com iniciativas públicas para transformar o Rio na cidade da inteligência artificial. Em julho, o prefeito Eduardo Paes assinou um memorando de intenções com instituições públicas e privadas para a criação do Rio AI City, um polo de data centers.

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— Fizemos um amplo estudo e identificamos que 77% das vagas em TI no estado do Rio estão na capital. Então era importante estarmos em uma região central e bem localizada - com farto acesso de transporte público, como metrô e ônibus. Além disso, o local precisava ter uma visão de futuro, de Hub tecnológico, e isso é buscado pelo condomínio. Soma-se a ainda, por uma grata coincidência, o projeto de revitalização de todo o entorno da Praça Onze, que a Firjan Senai se felicita por poder participar e contribuir de alguma forma — disse Mauricio Bonabitacola, gerente de Operações do Digitech, sobre a escolha do local para a novo espaço educacional.

Cursos oferecidos pelo Digitech

Serão cerca de 20 cursos em cada portfólio de Computação em Nuvem, Cibersegurança, Inteligência Artificial (IA), Ciência de Dados, Desenvolvimento de Softwares, Internet das Coisas (IoT), Realidade Mista, Aumentada e Virtual. Haverá tanto cursos pagos como gratuitos – incluindo modalidades de Aprendizagem, Qualificação, Aperfeiçoamento e Pós Técnico –, alguns deles exclusivos e inéditos no Rio, como especialidades ligadas à Cibersegurança e à Internet das Coisas (IoT).

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As formações contarão com laboratórios de software, hardware e de redes, arena de cibersegurança, ambiente de Inteligência Artificial, e alguns espaços: Desenvolvedor de Sistemas, Machine Learning, Ciência de Dados e Hiper-realista, Gamer. Haverá ainda um auditório com capacidade para 80 pessoas.

As primeiras turmas têm previsão de início em fevereiro com cursos de certificação em Nuvem, Inteligência Artificial e Segurança, cujos modelos de inscrições, gratuidade e custos ainda serão definidos. Ao longo de 2026, a unidade vai atender cerca de 800 alunos por dia em três períodos (manhã, tarde e noite) com média de 20 turmas por mês, podendo chegar a mais de 417 mil horas/ano de treinamentos com sua capacidade máxima.