Rayane Figliuzzi, ex-musa da escola de samba Unidos de Vila Isabel, está sob investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro após uma cliente relatar queimaduras resultantes de um procedimento de bronzeamento artificial realizado em sua clínica, localizada na Taquara, Zona Oeste da cidade. A operação, conduzida por agentes da Delegacia do Consumidor (Decon) e pela Vigilância Sanitária, resultou na interdição do estabelecimento e na prisão em flagrante de uma esteticista.

A ação foi motivada pela denúncia de uma mulher que afirmou ter sofrido queimaduras durante um procedimento estético no local. Em resposta, as autoridades realizaram uma inspeção para averiguar as condições de funcionamento da clínica.

Durante a vistoria, peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) identificaram diversas irregularidades. Entre os problemas encontrados estavam medicamentos impróprios para consumo humano, equipamentos sem esterilização adequada e produtos com validade vencida.

Além disso, segundo a Polícia Civil, o estabelecimento não apresentava nenhuma documentação exigida para o funcionamento regular. Diante das infrações constatadas, a esteticista responsável foi presa em flagrante por crime contra as relações de consumo.

Rayane Figliuzzi, proprietária da clínica, responderá por crimes contra a saúde pública e contra as relações de consumo, conforme informou a Polícia Civil.

A investigada já havia sido afastada do posto de musa da Unidos de Vila Isabel antes mesmo de participar dos ensaios da escola. O afastamento ocorreu após seu nome ser envolvido em uma confusão em um restaurante, protagonizada por duas assessoras da escola, sendo que uma delas, Juliana Palmer, teria sido vítima de racismo. Após o episódio, Rayane optou por não se manifestar publicamente e rompeu relações com a antiga assessora, o que contribuiu para sua saída do carnaval.

Defesa de Rayane Figliuzzi

Em nota, a advogada de Rayane Figliuzzi afirmou que o imóvel na Avenida Marechal Miguel Salazar Mendes de Morais, na Taquara, não funciona como clínica de estética há meses, estando atualmente desativado.

Segundo a defesa, o espaço não realiza atendimentos ao público, não oferece procedimentos estéticos e não possui atividades operacionais, sendo utilizado apenas como depósito e showroom da marca de moda praia UZZI, de propriedade de Rayane. A advogada alega que isso pode ser comprovado pela organização interna e pelo uso atual do local.

A nota ainda sustenta que os equipamentos encontrados estavam desligados, sem uso e sem condições de operação, não havendo possibilidade de realização de procedimentos estéticos. No momento da ação policial, uma ex-colaboradora de Rayane estava no imóvel apenas para retirar pertences pessoais, acompanhada de uma amiga e cliente, sem que qualquer atendimento estético tenha sido realizado ou autorizado.

A defesa também argumenta que a Polícia Civil teria atribuído a Rayane atividades de outra clínica, pertencente à ex-colaboradora e localizada em endereço diferente, o que seria um equívoco.

Sobre os produtos apreendidos, a advogada afirma que se tratam de cosméticos, itens de skincare, materiais de uso individual e insumos destinados ao estoque da marca UZZI, além de itens de uso pessoal adquiridos legalmente e mediante prescrição médica.

Por fim, a defesa informou possuir imagens do sistema de monitoramento interno que registram a entrada dos agentes, comprovando a ausência de clientes e de atividades estéticas, e que tais gravações serão apresentadas às autoridades. A nota finaliza destacando que Rayane Figliuzzi possui reputação ilibada e que todas as medidas legais estão sendo tomadas para esclarecer os fatos e responsabilizar eventuais excessos.