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MPSP denuncia filha acusada de encomendar morte do pai em plano de envenenamento com colegas de faculdade
Motorista de ônibus está presa desde outubro; executoras, também investigadas por outros homicídios, teriam recebido perdão de dívida como pagamento
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) apresentou, nesta terça-feira, denúncia contra Michelle Paiva da Silva, acusada de articular o assassinato do próprio pai com a colaboração de duas amigas conhecidas durante o curso de Direito em uma faculdade na Zona Norte do Rio de Janeiro: Ana Paula Veloso Fernandes e sua irmã gêmea, Roberta Cristina Veloso.
Michelle, motorista de ônibus, está presa desde outubro. Conforme as investigações, ela e Ana Paula mantiveram amizade mesmo após a mudança de Ana Paula para São Paulo, em janeiro deste ano. A polícia aponta que, devido ao relacionamento conflituoso com o pai, Michelle buscou a amiga para planejar o crime.
Na denúncia apresentada, o Ministério Público acusa Michelle de homicídio triplamente qualificado e agravado — por motivo torpe, uso de veneno, recurso que dificultou a defesa da vítima e agravante por se tratar de pessoa maior de 60 anos.
Os promotores solicitaram à Justiça a conversão da prisão temporária da acusada em prisão preventiva. A pena pode chegar a 40 anos de reclusão.
Mensagens encontradas no celular de Ana Paula revelam diálogos codificados com Roberta sobre motivação, valores e a forma de execução. O crime teria custado R$ 4 mil, mas, como Ana Paula possuía uma dívida com Michelle, parte do valor foi abatida: a filha do aposentado teria desembolsado apenas R$ 1,4 mil pelo homicídio.
A investigação indica que Michelle financiou a viagem de Ana Paula ao Rio de Janeiro, enviando um Pix para a compra da passagem. Ana Paula desembarcou na cidade em 24 de abril e permaneceu até o dia 27. No dia 26, levou ao aposentado uma feijoada que, segundo as suspeitas, estava envenenada.
Antes de servir o alimento, Michelle processou a feijoada no liquidificador, pois o pai tinha dificuldade de engolir. Neil morreu horas depois, em um hospital da Baixada Fluminense.
A certidão de óbito aponta insuficiência respiratória aguda, cetoacidose diabética, parada cardiorrespiratória e crise convulsiva. Em outubro, policiais paulistas e agentes da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense exumaram o corpo para determinar se houve envenenamento e qual substância teria sido utilizada.
O delegado Halisson Leite Hideão, do 1º Distrito Policial de Guarulhos, afirmou que o crime foi “meticulosamente premeditado”.
Segundo ele, embora Roberta não tenha viajado ao Rio, teve participação ativa, instigando e auxiliando a irmã, além de receber parte do pagamento. Ana Paula foi presa preventivamente em 9 de julho, em São Paulo, e Roberta teve a prisão temporária decretada em agosto. Ambas já estavam detidas por outros três homicídios cometidos por envenenamento.
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