RJ em Foco
MP apura mortes em operação da Core no Complexo da Maré
Entre os mortos está Bruno Paixão, apontado pela Polícia Civil como integrante do tráfico, mas cuja família afirma ser vendedor de queijos
A 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Núcleo da Capital do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) instaurou uma investigação para apurar as circunstâncias de três mortes ocorridas durante uma operação da Polícia Civil no Complexo da Maré, na última semana. O Procedimento Investigatório Criminal (PIC) foi aberto para esclarecer em que condições as vítimas morreram durante a ação da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), tropa de elite da Polícia Civil.
No despacho que determina as diligências iniciais, o MPRJ requisitou todos os registros das câmeras corporais dos policiais envolvidos, além de laudos periciais, necropsias, Boletins de Atendimento Médico (BAMs), relatórios, termos de declaração e demais documentos já produzidos no inquérito policial. Também foram determinadas as oitivas de testemunhas e familiares das vítimas.
Polícia afirma que morto estava armado; família contesta
Segundo a Polícia Civil, Bruno Paixão, de 36 anos, estaria envolvido com o tráfico de drogas e coordenava um "bunker de observação armada" próximo a uma creche. De acordo com a corporação, ele morreu em confronto com agentes e portava uma pistola. A família, no entanto, nega qualquer ligação de Bruno com o tráfico.
Em publicação nas redes sociais, a Polícia Civil divulgou um vídeo em que um narrador afirma que Bruno estava em uma base de observação com homens armados, orientando criminosos a fugir. Nas imagens, porém, não é possível identificar o rosto da pessoa apontada como Bruno. Segundo a versão policial, ele teria sido baleado ao tentar fugir em uma kombi.
Familiares de Bruno contestam a versão oficial. "Ele estava a caminho do trabalho, tinha acabado de deixar os materiais e estava entrando na kombi para seguir com o serviço. Que bandido seria esse que está em uma kombi cheia de mercadoria? Só queremos justiça, meu tio Bruno era trabalhador, ajudava a mãe com cesta básica. Agora, cadê o Bruno para ajudar?", disse a sobrinha Ana Beatriz ao RJ2.
Imagens mostram veículo alvejado
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram a kombi branca utilizada por Bruno com o para-brisa perfurado por diversos tiros. Em outra gravação, enviada à família por moradores, o veículo aparece parado em uma rua da localidade conhecida como "Marrocos", na Vila do Pinheiro, próximo a um blindado policial. Ao lado da kombi, o corpo de um homem está estendido no chão.
Mais lidas
-
1CRISE INTERNACIONAL
UE congela ativos russos e ameaça estabilidade financeira global, alerta analista
-
2ECONOMIA GLOBAL
Temor dos EUA: moeda do BRICS deverá ter diferencial frente ao dólar
-
3REALITY SHOW
'Ilhados com a Sogra 3': Fernanda Souza detalha novidades e desafios da nova temporada
-
4DIREITOS DOS APOSENTADOS
Avança proposta para evitar superendividamento de aposentados
-
5DEFESA NACIONAL
'Etapa mais crítica e estratégica': Marinha avança na construção do 1º submarino nuclear do Brasil