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Como Niterói e Região dos Lagos resolveram cobranças irregulares de flanelinhas

Prefeito Eduardo Paes sanciona lei que institui sistema eletrônico de pagamento para vagas em vias públicas do Rio

Agência O Globo - 27/11/2025
Como Niterói e Região dos Lagos resolveram cobranças irregulares de flanelinhas
- Foto: Reprodução / internet

As cobranças irregulares feitas por guardadores de carros, conhecidos como flanelinhas, na cidade do Rio podem estar com os dias contados. O prefeito Eduardo Paes sancionou um projeto de lei que elimina o uso de papel e o pagamento em dinheiro nas áreas públicas, instituindo o sistema eletrônico de cobrança. O projeto, de autoria do vereador Marcelo Diniz (PSD) e mais 24 coautores, segue modelos já adotados com sucesso em outras cidades do estado e do país.

Exemplo de Niterói: Desde 2019, na Zona Sul de Niterói, o motorista utiliza um aplicativo para cadastrar o veículo e escolher a forma de pagamento, como cartão de crédito. O sistema, administrado pela empresa Niterói Rotativo e denominado Zona Azul, oferece mais de seis mil vagas. Ao estacionar, o aplicativo identifica a localização, e o usuário seleciona o período desejado e realiza a compra do tíquete digitalmente. As vagas custam R$ 4 por duas horas, e o motorista recebe um aviso quando o tempo está para expirar, podendo renovar à distância.

Região dos Lagos: Em Cabo Frio e Arraial do Cabo, sistemas de estacionamento rotativo digital também estão em funcionamento. Segundo Victor Hugo Abreu, especialista em planejamento de transporte urbano e professor da Politécnica-UFRJ, os modelos são "consistentes" e "estruturados":

— Em Cabo Frio, o pagamento é feito via aplicativo, com fiscalização contínua e resultados expressivos na redução do estacionamento irregular em áreas de alta demanda, como Praia do Forte e Centro. A rotatividade aumentou e há boa aceitação entre moradores e comerciantes. Arraial do Cabo implantou a Zona Azul Digital em áreas de maior pressão turística, como Prainha e Praia dos Anjos, com fiscalização rigorosa e renovação constante das vagas. O sistema é simples e semelhante ao de cidades maiores, facilitando o uso para visitantes e contribuindo para a organização do tráfego local.

São Paulo: A capital paulista também conta com a Zona Azul Digital, operada pela empresa Estapar. Por meio de aplicativo, o motorista cadastra o veículo e compra créditos eletrônicos, o chamado Cartão Azul Digital. O tempo de uso é selecionado no aplicativo e o estacionamento é registrado digitalmente, com bilhetes também disponíveis em pontos de venda oficiais. Ambulantes e vendedores de rua não estão autorizados a comercializá-los.

A fiscalização é feita por agentes de trânsito, que utilizam carros equipados com câmeras capazes de identificar placas e verificar a regularidade do estacionamento.