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Asilo clandestino em Paciência é alvo de investigação após suspeita de mortes e denúncias de maus-tratos
Sete idosos foram encontrados no local, que operava sem identificação; denúncias apontavam sujeira, ausência de equipe técnica e três óbitos sob investigação
A Prefeitura do Rio de Janeiro realizou, na manhã desta quarta-feira, uma operação para investigar um asilo clandestino em Paciência, na Zona Oeste. A ação foi motivada por cinco denúncias encaminhadas ao programa Rio Cuidadoso, reforçadas pela Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade (Deapti) e pelo Instituto Municipal de Vigilância Sanitária, Vigilância de Zoonoses e de Inspeção Agropecuária (Ivisa-Rio). Os relatos apontavam situações graves, como ambiente sujo, ausência de profissionais de saúde e equipe técnica qualificada, além de três óbitos em investigação no local, que funcionava sem qualquer tipo de identificação.
O imóvel alvo da operação fica na Rua Caraguatatuba, lote 4 – Quadra 65, onde foram encontrados sete idosos acolhidos, sendo três mulheres e quatro homens. Segundo os agentes, o local apresentava condições precárias de instalação, alimentos armazenados de forma insalubre e os idosos estavam sozinhos, sem acompanhamento ou atendimento especializado.
A ação contou com equipes da Secretaria Municipal do Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida (Semesqv), do Ivisa-Rio, da Deapti e de outros órgãos municipais, com o objetivo de verificar as condições de funcionamento, identificar violações e garantir a proteção dos idosos mantidos no local.
De acordo com a delegacia, a proprietária do asilo será indiciada por dois crimes: exercício ilegal da profissão — já que o estabelecimento não possuía CNPJ nem alvará — e maus-tratos.
Operação 'Direito da Pessoa Idosa'
Segundo a Prefeitura, a operação integra um esforço permanente de combate a estabelecimentos irregulares, dentro da ação “Direito da Pessoa Idosa”. Somente em 2025, 19 locais foram interditados e 132 idosos resgatados de situações de vulnerabilidade. No mesmo período, foram registrados cinco óbitos, incluindo o caso de Brás de Pina, que resultou na prisão da responsável pela unidade clandestina.
O aumento das fiscalizações tem gerado maior engajamento da sociedade. Atualmente, o Rio Cuidadoso recebe cerca de 10 denúncias mensais sobre maus-tratos, negligência e abusos físicos, psicológicos, patrimoniais ou sexuais — tanto em instituições clandestinas quanto em ambientes familiares.
Paralelamente às ações de enfrentamento, a Semesqv afirma que tem intensificado o apoio às instituições regulares. Em novembro, foram entregues 100 Selos Dignidade a Instituições de Longa Permanência para Idosos (Ilpis) que se destacaram por boas práticas sanitárias e respeito à pessoa idosa.
O programa busca estimular a qualidade e a transparência na rede de cuidados, que atualmente reúne cerca de 250 Ilpis cadastradas. A secretaria reforça que o cadastro permanece aberto e convida novas instituições a aderirem.
Como denunciar
A Prefeitura orienta que casos suspeitos de violação dos direitos da pessoa idosa podem ser denunciados pela Central 1746 ou pelo canal Rio Cuidadoso, pelo número (21) 97533-8831. Informações sobre cadastro de Ilpis e sobre o Selo Dignidade podem ser solicitadas pelo e-mail [email protected].
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