Policiais civis da 59ª DP (Duque de Caxias) prenderam em flagrante, na última terça-feira, o homem suspeito de atirar contra um funcionário da Prefeitura de Duque de Caxias durante ação na comunidade Corte Oito, no Complexo da Mangueirinha, Baixada Fluminense. O acusado foi localizado após dar entrada em uma unidade hospitalar com um ferimento no pé, compatível com o confronto ocorrido horas antes.

A investigação teve início imediatamente após o ataque. Mário Barreto Rosa Junior, de 46 anos, auxiliava na retirada de barricadas quando foi atingido por um disparo de arma de fogo efetuado por traficantes. O projétil atravessou o vidro de uma retroescavadeira e atingiu a clavícula do servidor. A vítima foi socorrida inicialmente ao Hospital Municipal Moacyr Rodrigues do Carmo (HMMRC) e, em seguida, transferida para o Hospital Adão Pereira Nunes (Hmapn), onde passou por tomografia e avaliações das equipes de neurocirurgia e ortopedia.

De acordo com as investigações, o preso exercia a função de gerente do tráfico local e era considerado homem de confiança do líder do grupo criminoso que atua na Corte Oito. Ele e um comparsa teriam efetuado disparos contra policiais e funcionários da Prefeitura de Caxias envolvidos na remoção de bloqueios. Após o ataque, a dupla fugiu em uma motocicleta.

Pouco depois, três criminosos foram capturados por policiais militares que participavam da operação e conduzidos à delegacia. Eles forneceram aos agentes as características físicas do autor dos disparos e informaram que ele havia sido baleado no pé durante o confronto com a PM. Horas mais tarde, um homem com ferimento compatível foi atendido em um hospital da região, o que levou à ação dos policiais civis e à confirmação da identidade do suspeito. Ele foi autuado em flagrante por tentativa de homicídio.

O ataque ocorreu durante a Operação Barricada Zero, em meio a uma manhã de tensão na Mangueirinha. Antes da prisão, a região registrou disparos vindos do alto da comunidade e o sequestro de dois ônibus da Viação Santo Antônio, usados para bloquear vias da localidade.

Diante da escalada de violência, o governador Cláudio Castro determinou o envio de equipes do Bope e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) para reforçar o policiamento no Complexo da Mangueirinha. O trânsito ficou intenso no entorno da comunidade ao longo da tarde.

Segundo balanço parcial divulgado pelo governo, nesta terça-feira, 210 toneladas de barricadas foram removidas em cinco regiões — sendo quatro prisões realizadas especificamente na Mangueirinha — além da apreensão de quatro pistolas.

A Operação Barricada Zero é coordenada pelo Gabinete de Segurança Institucional e reúne diversas secretarias estaduais, com apoio das prefeituras. São utilizados retroescavadeiras, rompedores, caminhões basculantes, betoneiras, maçaricos e motosserras para remover estruturas erguidas por criminosos, que dificultam o acesso de serviços essenciais e a atuação policial.

No primeiro dia da operação, na segunda-feira, foram retiradas 593 toneladas de obstáculos, entre concreto, entulho, pneus, madeira, pedras e outros materiais.