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Roubos a pedestre e veículos caíram em Botafogo e Tijuca, onde vítimas e policial foram baleados esta semana

O agente que reagiu ao assalto na Zona Sul também ficou ferido e continua internado em estado grave

Agência O Globo - 25/11/2025
Roubos a pedestre e veículos caíram em Botafogo e Tijuca, onde vítimas e policial foram baleados esta semana
- Foto: Depositphotos

Dados do Instituto de Segurança Pública do Rio (ISP-Rio) mostram que os roubos a pedestres em Botafogo, Zona Sul do Rio, e de veículos na Tijuca, Zona Norte, caíram em outubro deste ano, em comparação ao mesmo mês do ano passado. Apesar disso, os bairros viveram dois episódios de grave violência essa semana: duas vítimas de assaltos foram baleadas, além de um policial militar ferido e um dos apontados por ser um dos criminosos mortos.

Os dados do ISP referentes a outubro mostram que, na área da 10ª DP (Botafogo), foram registrados 486 roubos, uma média de 15 por dia. A quantidade de crimes representa uma queda de 23% em relação ao mesmo mês do ano passado. Já na área da 19ª DP (Tijuca), foram 140 roubos de veículos em outubro, 56% a menos na comparação com o mesmo período do ano passado.

Em julho, o GLOBO lançou o Mapa do Crime, uma ferramenta interativa de monitoramento de roubos no Rio com dados inéditos de delitos por bairros. Os números mostram, por exemplo, que a .

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PM em estado grave

O policial militar Cláudio Marques dos Santos Barcellos e na Gávea, após ter sido baleado em uma tentativa de assalto ocorrida em Botafogo, na tarde de segunda-feira. Segundo a família, o agente foi atingido por três disparos, que continuam alojados em seu corpo. Ele está em coma induzido e entubado, à espera de uma nova cirurgia que pode ocorrer amanhã.

Os três disparos atingiram o abdômen — atingindo também alguns órgãos —, a clavícula e as costas. Todos os projéteis permanecem no corpo do policial, que passou por uma cirurgia ontem para conter o sangramento.

A ação ocorreu por volta das 13h, na esquina das ruas Visconde da Silva e Conde de Irajá, uma área movimentada. Três pessoas foram baleadas: o policial militar, que estava de folga; o pedestre que seria assaltado; e um dos suspeitos — Alexandre Zabeu, que morreu horas depois. O comparsa dele conseguiu fugir.

'Só percebi que tinha tomado um tiro quando cheguei em casa'

"Só percebi que tinha levado um tiro quando cheguei em casa". A frase dita por Júlia Rocha Marques de Azevedo, de 28 anos, resume a violência abrupta de uma ação criminosa que poderia ter terminado em tragédia. Jogadora de vôlei do Tijuca Tênis Clube, ela foi baleada nas costas na noite deste domingo, na Tijuca, Zona Norte do Rio, depois que homens armados abriram a porta do carro da família e atiraram sem anunciar assalto. O disparo atravessou o porta-malas do Honda Civic e atingiu a atleta a centímetros de estruturas vitais de seu corpo.

O ataque ocorreu por volta das 22h20, no cruzamento das ruas Conde de Bonfim e Henry Ford, quando o pai de Júlia a levava para casa, após uma visita à avó. O trajeto, que duraria menos de cinco minutos, foi interrompido no momento em que um carro preto emparelhou com o veículo da família. A rapidez da abordagem impediu qualquer reação.

— Eles não pediram nada. Não renderam. Só abriram a porta e meteram bala. Foi tudo muito rápido que meu pai só teve tempo de sair com o carro e fugir daquela situação. Foi nesse momento que eles atiraram — relatou a jovem, ainda em recuperação.

Segundo Júlia, os criminosos pareciam determinados a atirar. Assim que o carro deles parou ao lado do Honda Civic, a porta foi aberta e os disparos começaram. O pai da atleta acelerou para tentar escapar. Nesse intervalo de segundos, três tiros foram efetuados: dois atingiram o carro; o terceiro rompeu a lataria da mala e perfurou as costas da jogadora. Ela só percebeu o tiro ao chegar em casa.

Jogadora do Tijuca, Júlia deve ficar afastada dos treinos por algumas semanas. Apesar da dor intensa causada pelo impacto do disparo, afirma não ter desenvolvido medo de sair às ruas.

— Não quero deixar de viver minha vida por isso. Foi um livramento. Eu estava no lugar errado, na hora errada, mas sigo em frente.

No fim de um dia que começou comum e terminou marcado por tiros, a jogadora reconhece o tamanho do risco que correu — e o acaso que a manteve viva.

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