RJ em Foco
Mulher é presa por tentativa de feminicídio após atear fogo na ex e mantê-la em cárcere privado em Nova Iguaçu
Estudante de enfermagem contou ter sido arrastada pelos cabelos, mantida trancada em casa e que a ex tentou incendiá-la após ameaças de morte. Suspeita foi presa no Top Shopping
A Polícia Civil prendeu, neste sábado, Diana Trugilho da Rocha, de 30 anos, acusada de manter a ex-companheira em cárcere privado, além de cometer tentativa de feminicídio, perseguição e furto. A captura ocorreu na praça de alimentação do Top Shopping, em Nova Iguaçu, depois que os agentes marcaram um encontro com a suspeita por meio do Instagram, já durante a investigação.
Segundo a polícia, a vítima — uma estudante de enfermagem — procurou a delegacia e relatou ter vivido dois anos em união estável com Diana, relacionamento que foi encerrado há cerca de um mês. Desde então, porém, a suspeita não aceitava o fim e passou a perseguir a ex-companheira, impedindo-a de sair sozinha para o trabalho ou para a faculdade.
Dois dias antes da denúncia, a autora foi buscar a vítima no trabalho e, ao não encontrá-la, passou a ligar repetidamente. A estudante afirmou ter inventado que estava em um Uber para evitar novo confronto, mas Diana foi ao seu encontro, fez um escândalo e a obrigou a voltar para a casa onde ambas moravam. Segundo o depoimento, ela pegou a vítima pelos cabelos e a arrastou até o carro. Diana é faixa azul de jiu-jitsu.
Ao chegarem na residência, a autora trancou o imóvel e escondeu as chaves, impedindo a saída da estudante. As duas dormiram em cômodos separados.
“Agora vou te matar”
Na manhã seguinte, as duas iniciaram uma discussão que, de acordo com a vítima, terminou com Diana dizendo: “Você fala que sua vida comigo é um inferno, agora vou te matar.” Em seguida, a autora teria jogado álcool no corpo da ex-companheira, acendido um isqueiro repetidas vezes e, por fim, ateado fogo nela.
A vítima contou que ficou com o corpo em chamas e tentou apagar o fogo desesperadamente. Diana, então, passou a ajudar, e ambas conseguiram controlar as chamas.
Mesmo queimada, a estudante afirmou que a autora não queria levá-la ao hospital e chegou a ligar para amigas enfermeiras pedindo orientações sobre como cuidar das queimaduras. Depois, acabou concordando em levar a vítima para atendimento. Após receber alta, porém, as agressões continuaram dentro da casa.
De acordo com a polícia, a vítima relatou ter sido espancada com um cabo de vassoura, arremessada contra uma janela, que se estilhaçou, e ameaçada com uma tesoura. Diana teria pressionado o objeto no pescoço da vítima e tentado desferir um golpe em sua perna, mas errou.
A estudante disse que começou a “acalmar” a autora para evitar novas agressões. Em um momento de descuido, conseguiu fugir, pedindo ajuda em um bar próximo. Ela chegou a ligar para o 190, mas a polícia não conseguiu chegar a tempo. A vítima então conseguiu falar com o tio, que foi buscá-la. Pouco depois, Diana teria chegado ao local, mas foi impedida de levá-la novamente.
Mesmo após a fuga, a suspeita teria continuado a perseguir a ex-companheira, inclusive indo até a casa da mãe da vítima. A estudante também afirmou que Diana subtraiu e danificou seu celular, dizendo que ela “nunca mais teria aparelho”.
Prisão no shopping
Após ouvir o relato, a Polícia Civil iniciou investigação e, por meio do Instagram, marcou um encontro com a autora, que compareceu ao shopping sem saber que seria presa. No momento da abordagem, Diana não resistiu.
Havia informações de que a autora possuía uma pistola, mas nenhuma arma foi encontrada durante a busca no carro.
A detida foi encaminhada ao sistema prisional, onde responderá pelos crimes de tentativa de feminicídio, cárcere privado, perseguição e furto.
"Completamente descontrolada, não aceitava o final do relacionamento. Ela perseguia essa vítima e tentou matar essa mulher, porque a partir do momento que ela joga fogo no corpo de uma mulher com álcool, ela assume o risco de produzir o resultado morte. Agora ela está presa e será encaminhada ao sistema prisional. Essa mulher agora está segura e nós vamos pedir a conversão da prisão em flagrantes", disse a delegada titular da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), de Nova Iguaçu, Monica Areal.
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