RJ em Foco
Parada LGBTI+ do Rio busca reconhecimento como patrimônio cultural
Evento, que celebrou 30 anos, reuniu milhares de pessoas em Copacabana e contou com show de Daniela Mercury
A orla de Copacabana se transformou em um verdadeiro arco-íris neste domingo (23), durante a Parada do Orgulho LGBTI+ do Rio de Janeiro, que comemorou 30 anos de história. Com o tema “30 anos fazendo história: das primeiras lutas pelo direito de existir à construção de futuros sustentáveis”, o evento reuniu milhares de pessoas, mesmo sob céu nublado, em clima de festa e reivindicação.
Organizada desde 1995 pelo Grupo Arco-Íris, a parada deste ano marcou também o lançamento de uma campanha para que a prefeitura do Rio reconheça oficialmente o evento como patrimônio cultural da cidade.
“Quando tudo começou, não sabíamos onde chegaríamos, mas com ousadia realizamos a parada. Hoje, é uma alegria e um orgulho celebrar a 30ª edição, com ações para a comunidade e muito apoio”, afirmou o coordenador Cláudio Nascimento.
A cantora Daniela Mercury foi a principal atração, levando irreverência e engajamento político do alto de um dos 13 trios elétricos que animaram o público.
“Estamos aqui para celebrar e reivindicar nosso direito de existir. Hoje é dia de gritar, com muito orgulho, quem somos nós”, disse Daniela, que embalou a multidão com sucessos como “O canto da cidade”.
Em um momento emocionante, Daniela Mercury homenageou a amiga Preta Gil, falecida em julho, vítima de câncer. Considerada símbolo da luta contra a discriminação, Preta foi lembrada com uma bandeira estampando sua imagem e com a música “Sinais de Fogo”.
Além de cariocas, o evento atraiu turistas de diversas regiões. O chamado “quarteto fantástico”, grupo de amigos de Aparecida (SP), viajou especialmente para participar: “Já frequentamos a parada de São Paulo, mas ainda não conhecíamos a do Rio. Estamos adorando”, contou Etiane Miranda.
De Uberaba (MG), o casal Adir Ferreira e Douglas Henrique também celebrou a experiência: “A cidade é maravilhosa, tem uma energia acolhedora. Estamos apaixonados. A parada é incrível, muita alegria e sem confusão”, disse Adir.
O superintendente de Políticas Públicas LGBTI+ da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Ernane Pereira, destacou a importância da parada para a formulação de políticas públicas: “Através do evento, conseguimos reivindicar nosso direito de existir com mais força e visibilidade. O sucesso da parada impulsiona a luta por novas políticas”, afirmou.
Este ano, uma parceria com a GPX Tecnologia permitiu ao evento compensar as emissões de gases de efeito estufa geradas durante a programação. Foram mais de 480 toneladas de carbono neutralizadas — quase cinco vezes mais que em 2024. O cálculo levou em conta as emissões dos trios elétricos, veículos de apoio, geradores e a estimativa de circulação de meio milhão de pessoas.
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