A orla de Copacabana foi palco, neste domingo, de uma vibrante celebração à diversidade durante a 30ª edição da Parada do Orgulho LGBTI+ do Rio de Janeiro. Com o tema “30 anos fazendo história: das primeiras lutas pelo direito de existir à construção de futuros sustentáveis”, o evento reuniu milhares de pessoas, mesmo sob tempo nublado, que lotaram a Avenida Atlântica e as ruas Francisco Otaviano e Constante Ramos.

Organizada desde 1995 pelo Grupo Arco-Íris, a Parada deste ano marcou o lançamento de uma campanha para que a prefeitura do Rio reconheça oficialmente o evento como patrimônio cultural da cidade.

— Quando tudo começou, não sabíamos onde chegaríamos, mas, com ousadia, decidimos realizar a parada. Hoje, é uma alegria e um orgulho celebrar a 30ª edição, com ações para a comunidade e muito apoio — afirmou Cláudio Nascimento, coordenador do Grupo Arco-Íris.

A cantora Daniela Mercury foi a principal atração do evento. Em cima de um dos 13 trios elétricos, a artista baiana animou o público, unindo festa e ativismo político: — Estamos aqui para celebrar e reivindicar nosso direito de existir. Hoje é dia de gritar com orgulho quem somos — declarou Daniela, que apresentou sucessos como “O canto da cidade”.

Emocionada, Daniela Mercury também homenageou a amiga Preta Gil, falecida em julho vítima de câncer. Considerada um símbolo na luta contra a discriminação, Preta foi lembrada com uma bandeira estampando sua imagem e a execução do hit “Sinais de Fogo”.

O evento atraiu não apenas cariocas, mas também turistas. Entre eles, o “quarteto fantástico”, grupo de amigos de Aparecida (SP), que veio especialmente para a Parada. — Já participamos da Parada de São Paulo, mas queríamos conhecer a do Rio. Estamos adorando — contou Etiane Miranda. O casal Adir Ferreira e Douglas Henrique, de Uberaba (MG), também marcou presença: — A cidade é maravilhosa, tem uma energia acolhedora e estamos apaixonados. A parada é incrível, muita alegria e sem confusão — destacou Adir.

Posando ao lado de drag queens, o superintendente de Políticas Públicas LGBTI+ da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Ernane Pereira, ressaltou a importância do evento para o avanço de políticas públicas: — Através da parada conseguimos reivindicar nosso direito de existir com mais força e visibilidade. O sucesso do evento impulsiona a luta por novas políticas — afirmou.

Em parceria com a GPX Tecnologia, a edição deste ano compensou as emissões de gases de efeito estufa geradas durante a programação. Foram neutralizadas mais de 480 toneladas de carbono — quase cinco vezes mais do que em 2024. O cálculo inclui emissões dos trios elétricos, veículos de apoio, geradores e a estimativa de circulação de meio milhão de pessoas.