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Marcha Trans e Travesti reúne serviços e atrações nos Arcos da Lapa e pede fim da violência
Evento leva atendimentos públicos, atrações culturais e ações de orientação à região central do Rio neste sábado (22)
A 4ª Marcha Trans e Travesti ocupou os Arcos da Lapa, no Centro do Rio, neste sábado (22), promovendo atividades culturais e a oferta de serviços voltados à população trans. Com o tema “Independência, Não Morte”, o ato destacou a violência sofrida por pessoas trans e travestis no Brasil, conforme dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).
Gab Van, coordenador da Marcha e diretor da Liga Transmasculina, ressaltou a importância de recursos para organizações do setor. Ele citou o dossiê “Assassinatos e Violências contra Travestis e Transexuais Brasileiras em 2024”, da Antra, que aponta expectativa de vida de apenas 35 anos para essa população. O levantamento indica média de 32 anos entre vítimas de assassinato registradas neste ano, majoritariamente jovens e pessoas negras.
— O Brasil segue sendo o país que mais mata pessoas trans e travestis no mundo. Nossos corpos ainda são alvo da extrema-direita que nega nossa existência. Quando falamos de independência ou morte, reivindicamos recursos para as organizações trans lutarem por direitos, emprego e renda para que nossa população possa existir e viver, não apenas sobreviver — afirmou Van.
Segundo ele, o ato reforça o debate sobre a presença de pessoas trans em diversos setores da sociedade:
— A Marcha Trans e Travesti é um movimento social de rua que denuncia a exclusão dos corpos trans e travestis da sociedade.
Serviços e atendimentos
O Núcleo da Diversidade Sexual da Defensoria Pública ofereceu atendimento para retificação de nome civil. A Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com o Ambulatório Trans do Hospital Universitário Pedro Ernesto, realizou testagem rápida para ISTs e vacinação contra sarampo, hepatite e gripe.
O governo estadual, por meio do núcleo Empoderadas, promoveu ações de cuidado pessoal, como corte de cabelo e maquiagem. Já a Coordenadoria da Diversidade Sexual da Prefeitura do Rio e o programa Rio Sem LGBTIphobia realizaram cadastro de currículos, encaminhamento para vagas de emprego e orientações sobre legislação.
— A marcha tem um papel agregador. Em muitos territórios, ainda é muito difícil o acesso a direitos. Aqui, estamos oferecendo serviços gratuitos como o de retificação do nome, honrando nossos ancestrais que partiram sem alcançar o direito fundamental ao nome de identificação no registro civil — destacou Van.
Karyn Cruz, que buscou a retificação civil durante o evento, reforçou:
— A marcha é fundamental por garantir acesso a serviços e dar visibilidade à nossa pauta. Espaços como este nos proporcionam protagonismo e reafirmam nossa inserção na sociedade.
Atrações culturais
A programação teve início com uma roda conduzida por representantes de terreiros. Ao longo da tarde, DJs, cantores e dançarinos animaram o público com apresentações de funk, pop, rap e trap. À noite, uma disputa de ballroom inspirada na cultura do voguing encerrou o evento nos Arcos da Lapa.
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