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'É um dia difícil de esquecer', afirma médico que atendeu policiais baleados em megaoperação

Segundo o oficial da PM, 'não tinha trégua. Era incessante. O risco existe em qualquer operação, mas ali era muito acima do que se podia imaginar'

Agência O Globo - 23/11/2025
'É um dia difícil de esquecer', afirma médico que atendeu policiais baleados em megaoperação
- Foto: Reprodução / Agência Brasil

O tenente-coronel médico Edgar Porto, da Polícia Militar, relatou os momentos de tensão vividos pela equipe durante a megaoperação realizada em 28 de outubro nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro. Segundo ele, o confronto foi sem precedentes para a corporação:

“Mais um herói que deu a vida pela sociedade.”

— Foi uma situação completamente fora do contexto natural, uma situação efetivamente de guerra.

Porto atuou na linha de frente, utilizando veículos e ambulâncias blindados para prestar socorro. Ele destacou que o ritmo dos confrontos era incessante e não permitia pausas:

— Não tinha trégua. Era incessante. O risco existe em qualquer operação, mas ali era muito acima do que se podia imaginar.

Um dos episódios mais marcantes para o médico militar foi o resgate do 3º sargento Heber Carvalho da Fonseca, de 39 anos, um dos quatro policiais mortos na ação. A equipe precisou avançar por um terreno de difícil acesso, sob disparos contínuos de traficantes posicionados em pontos elevados:

— Recebemos aviso de dois policiais vitimados mais à frente. Entramos no blindado e vimos que a equipe do Bope estava combatendo. A saída foi muito tensa, porque era uma extração sob fogo direto. A entrada no blindado continuou sob disparos até conseguirmos sair.

Ao avaliar as condições dos feridos, Porto ressaltou o impacto emocional sobre as equipes:

— Foi um nível de violência sem precedentes. Ferimentos gravíssimos que demonstram a capacidade do armamento desses criminosos. É um dia difícil de esquecer.