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Operação Verão leva 27 flanelinhas às delegacias e multa mais de 400 motoristas em dia de praias cheias no Rio

Por causa das novas regras na orla, Prefeitura intensifica blitz; venda de itens proibidos segue firme na areia, apesar da sinalização recém-instalada

Agência O Globo - 22/11/2025
Operação Verão leva 27 flanelinhas às delegacias e multa mais de 400 motoristas em dia de praias cheias no Rio
- Foto: Reprodução / Agência Brasil

A manhã de sol forte deste sábado (22) levou mais do que banhistas para as . Durante a Operação Verão, equipes da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) e da Guarda Municipal percorreram calçadões, ruas e areias desde as 6h. Ao longo do dia, 27 flanelinhas foram levados para delegacias e 429 multas por estacionamento irregular foram aplicadas em toda a orla. Cerca de 50 carros acabaram rebocados.

'Pôsteres Paris–Rio':

Praias do Rio:

A ofensiva da Prefeitura também incluiu o controle de acesso aos parques da Prainha e de Grumari, na Zona Sudoeste. Com as 800 vagas preenchidas por volta das 10h, os bloqueios foram ativados nos cruzamentos da Estrada da Guanabara com a Estrada do Pontal, e da Estrada de Grumari com a Roberto Burle Marx. Somente ao meio-dia o fluxo voltou a ser liberado. A medida, que conta com apoio das subprefeituras da Barra da Tijuca e da Zona Oeste III, vai seguir até 1º de maio de 2026, sempre entre 8h e 15h.

Segundo a Seop, a Operação Verão, ativa desde setembro, ampliou o monitoramento com drones, 21 câmeras e até mil agentes em dias de maior movimento. Só nos dois primeiros meses, 394 multas foram aplicadas a barraqueiros, e mais de 2 mil garrafas de vidro foram recolhidas. Mesmo assim, ainda é comum encontrar caixas de som, bebidas em vidro e comércio irregular funcionando a metros da sinalização.

As operações deste sábado apreenderam ainda churrasqueiras, botijões, bandeiras, cones usados para guardar vaga e bebidas diversas. Doze barraqueiros foram multados, principalmente por falta da tabela de preços. Guardadores autorizados também foram orientados a usar o talão oficial.

A Seop diz que o ordenamento depende também da colaboração da população.

— Em nenhum lugar do mundo existe um agente público para cada cidadão. É preciso seguir o que está previsto no regramento. Sem dúvida, a praia é o espaço mais democrático da cidade. Porém, para que o respeito possa prevalecer, é necessário o engajamento de todos — afirmou o secretário municipal de Ordem Pública, Marcus Belchior.

Distância persiste:

Evento:

Confusão na Atlântica e menor apreendido

Na Avenida Atlântica, um episódio de tensão interrompeu o vai e vem dos banhistas: um menor apreendido pela Coordenadoria de Ações Territoriais Integradas (Cati) arremessou pedras contra agentes e uma viatura, na altura do número 2.600. Ele foi levado à 12ª DP, onde um mandado de apreensão por fato análogo a roubo foi identificado. O jovem acabou encaminhado à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). No mesmo dia, 103 pessoas em situação de rua foram abordadas, todas acompanhadas por assistentes sociais. Ninguém aceitou acolhimento.

Mudanças no trânsito em Copacabana

A data também marcou a estreia de uma restrição importante na Avenida Nossa Senhora de Copacabana: fica proibido estacionar na pista da esquerda aos sábados e domingos, até 6 de março de 2026. Segundo a CET-Rio, a medida busca melhorar o escoamento, sobretudo dos ônibus que circulam no BRS. Nos dias úteis, o estacionamento continua permitido entre 21h e 6h.

Regras atualizadas para a orla

A prefeitura publicou nesta semana o Decreto 57.243, que flexibiliza parte do uso de garrafas de vidro nas praias, agora permitido dentro das barracas para preparar caipirinhas e drinks, desde que em garrafas originais com tampa e seguindo normas sanitárias. A venda e consumo em vidro na areia, porém, seguem proibidos.

Além disso, continua vetado o comércio sem licença, as caixas de som, o churrasquinho no espeto, o milho cozido em carrocinhas sem autorização, acampamentos improvisados e bandeiras em mastros. As permissões incluem ambulantes licenciados, atividades esportivas autorizadas, guarda-sóis e apresentações musicais nos quiosques em horários específicos.

Nas praias, porém, o ordenamento ainda patina. Mesmo com as novas placas — parte das 250 previstas, com QR code explicando o que pode e o que não pode — espalhadas nesta semana, produtos proibidos continuaram circulando sob o sol. Em Copacabana, vendedores ofereciam camarão no espeto e milho cozido, enquanto banhistas compravam sem saber das restrições.

Regras da prefeitura para as praias do Rio:

O que pode:

Vendedores ambulantes licenciados;

Apresentações com música em quiosques (entre 12h e 22h);

Faixa padronizada com nome e número das barracas. Elas devem ter 3 metros de largura, por 0,4 metro de altura, no alto das barracas;

Venda de garrafas de vidro nos quiosques;

Uso de garrafas de vidro de bebidas destiladas para preparar caipirinhas, caipifrutas e caipivodcas, desde que dentro das barracas;

Uso de guarda-sóis e cadeiras de praia;

Prática de atividades físicas;

Práticas esportivas nas áreas designadas;

Escolinhas e atividades esportivas autorizadas.

O que está proibido:

Comércio ambulante sem autorização da prefeitura;

Utilização de caixas de som;

Venda e consumo em garrafas de vidro na areia;

Circulação e estacionamento de ciclomotores (como são nomeadas aquelas bicicletas motorizadas) no calçadão;

Comercialização de alimentos em palitos, como churrasquinho, camarão e queijo coalho, assim como de outros que necessitem de gás (como o milho cozido) ou carvão para o preparo;

Uso de estruturas móveis de comércio ambulante, como carrocinhas de alimentos, sem autorização expressa do município;

Acampamentos improvisados;

Hasteamento de bandeiras em mastros;

Praticar comércio abusivo ou enganoso, como abordagens insistentes e constrangedoras;

Exploração de marcas, logotipos, slogans ou qualquer outra forma de identidade mercadológica pelas barracas.