RJ em Foco

Polícia Civil defende ao STF legalidade e necessidade de megaoperação no Rio

Relatório entregue ao ministro Alexandre de Moraes destaca 'imprescindibilidade' da Operação Contenção e detalha ações nos complexos da Penha e do Alemão

Agência O Globo - 18/11/2025
Polícia Civil defende ao STF legalidade e necessidade de megaoperação no Rio
Foto: © telegram SputnikBrasil / Acessar o banco de imagens

A Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um relatório técnico-probatório que reforça a 'imprescindibilidade' da Operação Contenção, realizada nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio, no final de outubro. O documento descreve a área como o principal quartel-general do Comando Vermelho, apontando uma estrutura armada apta a enfrentar forças estatais e lideranças consideradas de alta periculosidade.

Segundo o relatório, encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, relator temporário da ADPF das Favelas, a operação foi precedida por meses de investigação conduzida pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), com apoio do Ministério Público (GAECO/MPRJ).

De acordo com a Polícia Civil, as apurações identificaram 51 pessoas com mandados de prisão em aberto escondidas na Penha, entre elas Edgar Alves de Andrade, conhecido como 'Doca' ou 'Urso', apontado como chefe máximo da facção criminosa, com 269 anotações criminais e 26 mandados de prisão. Também foram citados Carlos Costa Neves, o 'Gadernal', responsável pela segurança estratégica, e Washington Braga, o 'Grandão', identificado como gestor financeiro do grupo.

O relatório destaca: 'A investigação resultou na denúncia formal pelo GAECO/MPRJ, comprovando que o grupo exercia domínio territorial armado e estruturado, valendo-se de armamento de guerra, táticas de guerrilha urbana, drones, barricadas, câmeras de vigilância, rádios comunicadores e pontos de observação para impedir incursões das forças de segurança.'

O documento afirma ainda que a ação foi planejada conforme os protocolos legais, com comunicação prévia ao Ministério Público e acompanhamento direto do GAECO, em conformidade com a ADPF das Favelas.

Segundo o material entregue ao STF, 'sua execução decorreu de ordem judicial regularmente expedida, amparada em provas técnicas consistentes, análises de inteligência e acompanhamento ministerial integral, observando, em todas as suas fases, os protocolos legais e operacionais.'

Durante a operação, a Polícia Civil cumpriu 51 mandados de prisão e 145 de busca e apreensão, resultando na prisão de 17 pessoas por ordem judicial, além de 83 detidas em flagrante e nove adolescentes apreendidos. A Secretaria também informou a apreensão de 122 armas de fogo — incluindo 96 fuzis —, 260 carregadores, cerca de 5.600 munições e 12 artefatos explosivos. Foram apreendidos ainda 15 veículos, aproximadamente 22 quilos de cocaína e duas toneladas de maconha.