RJ em Foco
‘Se pegasse milímetros para o lado você estava morta’, diz médico a cabeleireira baleada na Ilha
Patrícia é atingida durante confronto no Dendê e desabafa: ‘Graças a Deus não era minha hora. Deus me deu esse livramento’
A cabeleireira Patrícia Godoys relatou momentos de pânico ao ser baleada na região do quadril enquanto passava pela Estrada do Cacuia, um dos acessos ao Morro do Dendê, na Ilha do Governador. Ela estava em um carro de aplicativo com a amiga Daiane, retornando do trabalho, quando um confronto entre criminosos rivais recomeçou na via.
Segundo Patrícia, o motorista tentou acelerar para deixar a área ao ouvir os disparos, mas perdeu o controle do veículo e colidiu. No meio da confusão, ela acabou ferida.
“Quando terminou o primeiro tiroteio, a gente chamou o Uber, quando ficou tranquilo. Depois começou de novo. O Uber ficou transtornado, desgovernado, bateu, e eu fui atingida”, contou.
Horas após receber alta do Hospital Municipal Evandro Freire, Patrícia desabafou:
“Tô bem, tô em casa já. A bala entrou na frente, saiu atrás. Que desespero. Mas não era minha hora, graças a Deus. Deus me deu esse livramento.”
Ela também descreveu como percebeu o ferimento:
“Eu só senti queimar. Quando olhei pra baixo, estava sangrando. A Daiane caiu tentando me tirar do carro. Nunca passei por isso na minha vida.”
Patrícia afirmou ainda que o médico destacou a gravidade do caso:
“Ele me perguntou se eu tinha religião e falou: ‘Amanhã você pode agradecer, porque nasceu de novo. Se pegasse milímetros para o lado, você estava morta’.”
Agora, a cabeleireira tenta se recuperar e arcar com os custos do tratamento:
“Sou só cabeleireira, preciso trabalhar para comprar os antibióticos, que não são baratos.”
A segunda vítima do tiroteio é uma jovem de 23 anos que trabalhava em um food truck na região. Segundo moradores, ela foi socorrida em estado grave e precisou passar por cirurgia no Hospital Municipal Evandro Freire.
De acordo com a Polícia Militar, equipes do 17º BPM reforçaram o patrulhamento na área. Moradores relataram que o confronto teria sido provocado por uma tentativa de invasão de criminosos do Comando Vermelho ao Morro do Dendê, atualmente sob domínio do Terceiro Comando Puro (TCP).
O caso está sendo investigado pela 37ª DP (Ilha do Governador).
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