RJ em Foco
Ex-cabo do Exército, especialista em fuzil, é preso por ensinar fabricação ilegal de armas
Carlos Henrique Martins Cotrim, conhecido como 'Professor', está entre os cinco detidos em operação da Polícia Civil nesta quinta-feira
Carlos Henrique Martins Cotrim, ex-cabo do Exército e conhecido como “Professor”, foi preso nesta quinta-feira (data), acusado de atuar como armeiro fixo de uma milícia em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e de ser especialista na fabricação artesanal de fuzis. Ele é um dos cinco detidos durante operação coordenada pela Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), com apoio da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
A investigação aponta que Cotrim não só produzia armas, como também ensinava outros criminosos — especialmente torneiros mecânicos — a fabricar, reformar e reforçar armamentos. As equipes localizaram duas fábricas clandestinas, uma em Nova Iguaçu e outra em Japeri, ambas na Baixada Fluminense.
Segundo a Polícia Civil, além de receber um pagamento mensal da milícia, Cotrim vendia fuzis para grupos criminosos por valores entre R$ 50 mil e R$ 60 mil, conforme o calibre. Ele era responsável pela fábrica em Nova Iguaçu, onde foi apreendido um fuzil que, segundo a polícia, era utilizado pela milícia e passava por manutenção no local.
— Carlos é ex-militar, participou de missão no Haiti e é um exímio torneiro mecânico, especializado na fabricação de fuzis e munições. Esses armamentos eram vendidos para milicianos por valores entre R$ 50 mil e R$ 60 mil, conforme o calibre. Ele foi preso aqui, e estamos periciando a fábrica deles — afirmou o delegado Luiz Otávio Franco.
A Polícia Civil enfrenta dificuldades para transportar o maquinário usado na fabricação de armas. Um dos equipamentos pesa 2,8 toneladas e requer um especialista para ser desmontado. A remoção está prevista para ocorrer apenas na sexta-feira.
Em nota, o Exército informou que Carlos Henrique Martins Cotrim serviu "no ano de 2004, tendo sido licenciado em 2013, não pertencendo mais, portanto, aos quadros da Força".
Até o fim da manhã, cinco pessoas foram presas, sendo quatro no Rio de Janeiro e uma no Paraná. As diligências têm como objetivo cumprir mandados de busca e apreensão, e as investigações apontam que o arsenal produzido abastecia tanto a milícia quanto o tráfico.
Além de Cotrim, Jerônimo Amaral de Oliveira também foi preso por participação direta no esquema. Na Ilha do Governador, a polícia encontrou armas e munições na residência de Hamilton de Souza Gonçalves, incluindo um lança-rojão (bazuca). As armas estavam registradas como pertencentes a Colecionadores, Atiradores Esportivos e Caçadores (CACs), mas todas em situação irregular. Também foram detidos Evandro Luiz de Oliveira Araújo, no Rio, e Márcio Marcelo Ivanklo, no Paraná.
A operação já resultou na apreensão de diversos armamentos, entre eles quatro pistolas, cinco revólveres, uma garrucha, um lança-rojão, dois fuzis, uma espingarda calibre 12 e um rifle calibre 22, além de centenas de munições. No Paraná, onde o grupo atuava na fabricação de munições, a polícia estima que mais de 50 armas foram encontradas e devem ser trazidas ao Rio de Janeiro.
Estagiária sob supervisão de Leila Youssef.
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