RJ em Foco
Chefes do Comando Vermelho são transferidos para penitenciária federal em Catanduvas
Sete líderes da facção, suspeitos de ordenar ataques após operação policial no Rio, deixam o Complexo de Gericinó e seguem sob forte escolta para unidade federal no Paraná.
Sete detentos apontados como chefes do Comando Vermelho e suspeitos de coordenar barricadas e atos de retaliação após a megaoperação policial realizada no dia 28 nos Complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, estão sendo transferidos do Complexo de Gericinó para a penitenciária federal de Catanduvas, no Paraná. O destino dos presos foi confirmado na manhã desta terça-feira. Eles foram levados de carro, sob escolta de policiais federais, até o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro.
Já deixaram o presídio Bangu 1 os detentos Arnaldo da Silva Dias, o Naldinho; Carlos Vinicius Lírio da Silva, o Cabeça do Sabão; Eliezer Miranda Joaquim, o Criam; Fabrício de Melo Jesus, o Bicinho; Marco Antônio Pereira Firmino da Silva, o My Thor; Alexander de Jesus Carlos, o Choque; e Roberto de Souza Brito, conhecido como Irmão Metralha.
A penitenciária de Catanduvas é a mesma onde está preso Fernandinho Beira-Mar, primeiro detento do sistema penal federal, que inaugurou a unidade em 2006. No entanto, os transferidos não devem ter contato com Beira-Mar nem entre si, devido ao regime de isolamento.
A transferência foi solicitada pelo governo do Rio de Janeiro após a megaoperação que resultou em 121 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte, no último dia 28. Antes do episódio, o estado tinha 58 presos no sistema federal, mas isso não impediu o Comando Vermelho de ampliar sua influência.
Quem são os presos transferidos
My Thor, preso há mais de duas décadas
Um dos membros mais antigos da facção, Marco Antônio Pereira Firmino, o My Thor, é citado em processos como chefe do tráfico no Morro Santo Amaro, no Catete, Zona Sul do Rio. Ele está preso há mais de 23 anos. Seu primeiro período de reclusão foi entre 1988 e 1994. Após ser solto, voltou ao sistema prisional, fugiu e foi recapturado em 2000.
My Thor foi novamente solto, mas retornou à prisão em julho de 2006, quando foi condenado a 22 anos e seis meses de reclusão. Durante a pena, passou 14 anos e dois meses migrando entre unidades do sistema penitenciário federal e retornou ao Rio em 2021.
Naldinho, o porta-voz
Arnaldo da Silva Dias, o Naldinho, foi condenado por tráfico e homicídio a mais de 50 anos de prisão. Ele é apontado como chefe de favelas em várias cidades do Sul Fluminense e considerado o porta-voz do Comando Vermelho, sendo responsável por transmitir as ordens da cúpula aos demais integrantes da facção.
Em fevereiro de 2024, Naldinho ordenou uma trégua de roubos e confrontos durante as reuniões do G20 no Rio. As polícias Civil, Militar e Federal, além do Ministério Público do Rio (MPRJ), tentam transferi-lo do estado há cerca de um ano. Desde outubro do ano passado, ao menos quatro pedidos foram feitos à Vara de Execuções Penais (VEP) por diferentes órgãos para a transferência, mas somente agora a medida foi efetivada.
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