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Piloto de moto envolvido na morte de mulher em Sepetiba diz ter ficado 'sem reação', mas polícia contesta versão

Delegacia de Homicídios da Capital aponta inconsistências no depoimento de Erick Lasnor e reforça que ele seria o dono da arma usada no crime.

Agência O Globo - 12/11/2025
Piloto de moto envolvido na morte de mulher em Sepetiba diz ter ficado 'sem reação', mas polícia contesta versão
Piloto de moto diz ter ficado 'sem reação', mas polícia contesta versão

O piloto da moto usada na morte de Laís de Oliveira Gomes Pereira, de 25 anos, se entregou à polícia no final da tarde de 7 de novembro, mesmo dia em que foi expedido o mandado de prisão. Em depoimento, Erick Santos Maria Lasnor afirmou ter ficado “sem reação” enquanto Davi de Souza Malto, o garupa, atirava contra a vítima. Apesar da alegação, a equipe da Delegacia de Homicídios da Capital, responsável pelo caso, não acredita na versão apresentada por Erick, reforçando que ele seria o dono da arma utilizada no crime.

Os agentes identificaram inconsistências no depoimento do suspeito, que tentou se eximir das acusações alegando medo de Davi e afirmando ter sido “coagido” a obedecer ordens. Segundo a polícia, Erick teria tido oportunidades de fugir, mas preferiu esperar por Davi após o crime. Além disso, ele teria ocultado as tatuagens do braço para dificultar sua identificação — durante o depoimento, Erick justificou que cobriu as tatuagens para protegê-las do sol.

No relato à polícia, Erick explicou que Davi, com quem possui uma amiga em comum, pediu carona até Sepetiba no dia 4 de novembro. Ao encontrá-lo, notou que Davi usava blusa vermelha, calça e boné pretos, mas não percebeu se ele portava alguma arma.

Durante o trajeto, Davi teria orientado Erick a seguir até uma rua onde, posteriormente, foi identificada a presença de Laís. Todo o percurso, segundo Erick, foi guiado por Davi. Em determinado momento, Davi pediu para estacionar, desceu da moto e entregou a Erick um plástico para cobrir a placa do veículo.

“Neste momento, o declarante ficou assustado e com medo de (Davi) Malto; que o declarante temeu por sua vida, acreditando que Malto iria matá-lo, pois a fama de Malto é de matador; que o declarante não estava entendendo o que estava acontecendo; que o declarante se sentiu coagido por Malto; que Malto andou até a vítima e a executou enquanto o declarante olhava sem reação; que o declarante entrou em desespero e foi até Malto”, relatou Erick à polícia.

Após o crime, Davi e Erick fugiram em direções diferentes. Davi teria trocado de blusa, substituindo a vermelha por uma preta, enquanto Erick abandonou a moto e pediu para a namorada buscá-lo de carro.

A prisão de Davi ocorreu depois que sua mãe o reconheceu em imagens exibidas na televisão sobre a execução de Laís. Abalada, ela entregou o filho à polícia e fez um apelo emocionado à família da vítima.

— Eu quero pedir perdão pra esse pai. Essa família da Laís que chora. Porque se eu tô sofrendo, eu sei que a dor deles é muito maior. Porque as crianças dela vão viver sem a mãezinha deles. Eu não criei um bandido, gente. O meu filho era um menino de bem — desabafou a mulher ao g1.