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Transferência de chefes do tráfico do Rio para presídios federais segue sem data definida

Pedido foi feito pelo governo do Rio, que apontou que criminosos teriam ordenado, de dentro da cadeia, ações de retaliação à megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha.

Agência O Globo - 10/11/2025
Transferência de chefes do tráfico do Rio para presídios federais segue sem data definida
~ - Foto: Reprodução

Seis dias após a autorização judicial para a transferência de chefes do tráfico do Rio de Janeiro para presídios federais, a data para a realização da mudança ainda não foi definida. A informação foi confirmada pela Secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap-RJ), que declarou estar "ciente das decisões judiciais", mas que "aguarda os trâmites administrativos para a efetiva transferência".

A solicitação partiu do governador Cláudio Castro, que identificou dez traficantes como integrantes do Comando Vermelho (CV). Segundo o pedido, eles teriam, de dentro do Complexo Penitenciário de Gericinó, ordenado ações de retaliação pelas ruas do Rio em resposta à megaoperação realizada nos complexos do Alemão e da Penha, no último dia 28. Na ocasião, mais de cem ônibus foram sequestrados e usados como barricadas.

O juiz Rafael Estrela Nóbrega autorizou a transferência de sete desses líderes: Arnaldo da Silva Dias, o Naldinho; Carlos Vinicius Lírio da Silva, o Cabeça do Sabão; Eliezer Miranda Joaquim, o Criam; Fabrício de Melo Jesus, o Bicinho; Marco Antônio Pereira Firmino da Silva, o My Thor; Alexander de Jesus Carlos, o Choque; e Roberto de Souza Brito, conhecido como Irmão Metralha.

A Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), ligada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, informou que ainda não há definição sobre para qual unidade federal os detentos serão enviados. Por questões de segurança, esses detalhes só serão divulgados após a conclusão das escoltas. A Senappen esclareceu ainda que, após a autorização da Vara de Execuções Penais (VEP), o processo será encaminhado ao Juízo Federal competente, que adotará os trâmites legais necessários. Em seguida, a Polícia Penal Federal realizará as transferências, mediante nova autorização judicial.