RJ em Foco
Megaoperação teve início após denúncia anônima sobre reunião do Comando Vermelho
Informante relatou ao Disque Denúncia detalhes e forneceu contatos de chefes da facção, incluindo Gardenal, Síndico da Penha e Belão, principais alvos da ação policial da última semana
Uma denúncia anônima foi o ponto de partida da investigação que resultou na megaoperação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, que deixou ao menos 121 mortos na semana passada. Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), o inquérito teve início após um informante relatar uma reunião do Comando Vermelho ocorrida na Penha, em 10 de janeiro de 2024. O encontro, conforme o documento, visava organizar estratégias para a expansão territorial da facção.
Detalhes da denúncia
De acordo com a denúncia do MPRJ, "a investigação se iniciou quando um informante, que por motivo óbvio preferiu o anonimato, forneceu contatos telefônicos de traficantes poderosos, como Carlos da Costa Neves, o Gardenal".
No relato feito ao Disque Denúncia, o informante revelou os telefones de pelo menos sete criminosos, entre eles Gardenal, Washington César Braga da Silva, conhecido como Grandão e apelidado de "síndico da Penha", e Thiago do Nascimento Mendes, o Belão, preso durante a megaoperação.
O informante também detalhou as funções de cada um dos criminosos, apontando quem atuava como braço direito de Edgard Alves de Andrade, o Doca, chefe do tráfico, e quem era responsável por recolher o arrego de policiais militares. Essas informações foram confirmadas ao longo da investigação.
Segundo o relato, o objetivo do encontro era discutir "estratégias para expansão do território".
Avanço das investigações
Com base nas informações fornecidas, a polícia obteve autorização judicial para interceptações telefônicas e quebra de sigilo de dados. A análise dos dados coletados permitiu aos investigadores mapear a atuação da facção e identificar os envolvidos no tráfico na Penha e no Alemão.
Os investigadores também conseguiram identificar diversos grupos ligados ao Comando Vermelho, ampliando o conhecimento sobre a estrutura e os integrantes da facção.
Relação com a Polícia Militar
Além de detalhar a dinâmica do tráfico e a expansão territorial do Comando Vermelho, a denúncia anônima indicou os terminais telefônicos usados para negociar com policiais corruptos, com o objetivo de reduzir a fiscalização e as ações contra o tráfico.
Um exemplo dessa relação foi uma troca de mensagens obtida pela polícia, na qual Washington César Braga da Silva, o Grandão, conversa com um major da PM. Na mensagem, o policial solicita ajuda para recuperar um carro roubado: "Preciso recuperar. Carro do 01. Esse eu tenho que resolver", escreveu o oficial.
Segundo a polícia, após o pedido, Grandão acionou os administradores de um grupo chamado "CPX da Penha" para localizar o veículo. O carro, roubado em 26 de abril do ano passado, foi recuperado três dias depois, em 29 de abril.
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