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Quem é Gigi Castilho, vereadora alvo de operação por suspeita de desvio de verbas de creches no Rio

Empresas de fachada ligadas a parentes da parlamentar teriam recebido parte dos recursos públicos; uma das creches movimentou R$ 9 milhões em seis meses

Agência O Globo - 04/11/2025
Quem é Gigi Castilho, vereadora alvo de operação por suspeita de desvio de verbas de creches no Rio
Gigi Castilho - Foto: Reprodução / Instagram

Gigi Castilho (Republicanos), vereadora eleita em 2024 para seu primeiro mandato, é alvo de uma operação da Polícia Civil que apura o desvio de verbas públicas destinadas a creches na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Na manhã desta terça-feira, agentes cumpriram mandado de busca e apreensão na residência da parlamentar, em Nova Sepetiba. O marido e a filha de Gigi também estão sob investigação.

Com formação em pedagogia, Gigi Castilho obteve 13.492 votos nas últimas eleições, o que corresponde a 0,44% dos votos válidos no município.

Esquema de desvio de verbas

Segundo as investigações, a organização criminosa montou um esquema de empresas fantasmas para emitir notas fiscais superfaturadas, justificando repasses da Prefeitura do Rio a sete creches conveniadas na região. As empresas de fachada, abertas em nome de laranjas, eram utilizadas por representantes das instituições para simular a prestação de serviços e o fornecimento de produtos que nunca eram entregues. As notas fiscais falsas serviam para comprovar despesas fictícias e possibilitar o repasse de recursos públicos ao grupo.

A operação, conduzida pela Delegacia de Defraudações (DDEF), cumpre 29 mandados de busca e apreensão contra 15 empresas e 14 pessoas. Entre os alvos está a casa de Gigi Castilho, em Sepetiba. De acordo com o Bom Dia Rio, da TV Globo, o imóvel estava vazio e com o portão destrancado no momento da chegada dos policiais, que seguem realizando buscas no local.

As investigações revelam que uma das creches conveniadas movimentou cerca de R$ 9 milhões em apenas seis meses. Nesse período, foram realizados 816 saques em espécie, totalizando aproximadamente R$ 1,5 milhão — valor considerado “totalmente incompatível com o perfil e a natureza de uma instituição educacional conveniada”, segundo a Polícia Civil.

A ação busca recolher documentos, computadores, celulares, mídias eletrônicas e materiais contábeis que possam aprofundar a análise financeira do esquema. As apurações continuam para identificar todos os beneficiários e responsáveis pelas movimentações irregulares, além de possíveis servidores públicos envolvidos nas fraudes.