RJ em Foco
Dia de Finados: policiais mortos em megaoperação são lembrados em túnel de flores em cemitério
Cidade do Rio tem corais, projeções fotográficas e missas em tributo aos mortos
O Jardim da Saudade Sulacap, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, amanheceu neste domingo, Dia de Finados, coberto por cem mil flores brancas. Um túnel formado pelos arranjos recebeu papéis em branco para homenagens e pedidos de orações. Entre as mensagens, estavam lembranças dedicadas aos policiais mortos na megaoperação realizada na cidade nesta semana.
"Rezemos pelos policiais mortos que defenderam a sociedade", escreveu um visitante. O espaço de reflexão também foi palco de inúmeros pedidos de paz.
— Diante das guerras que o mundo tem acompanhado, quisemos convidar o público a participar de um manifesto simbólico: esta galeria de flores brancas em sinal de paz, em memória das vítimas das guerras e dos entes queridos — afirmou Fabienne Bezerra, presidente do Grupo Jardim da Saudade.
Memória, fé e arte marcam o Dia de Finados no Rio
Neste Dia de Finados, o Rio se transforma em um grande espaço de memória, fé e arte. A cidade presta homenagens que vão do canto à contemplação. Tributos musicais de Preta Gil e Arlindo Cruz acontecem ao longo do dia no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju. Na mesma região, o arcebispo Dom Orani Tempesta celebrou uma missa às 8h no Crematório e Cemitério da Penitência, na Zona Portuária.
No Cemitério de Inhaúma, na Zona Norte, o Dia de Finados começou cedo, com o som dos sinos chamando para a missa campal. Às 9h, o pátio principal já estava tomado por fiéis, velas acesas e o murmúrio das preces. A celebração se encerrou às 10h, dando lugar ao movimento silencioso — e repleto de histórias — daqueles que visitavam seus entes queridos.
Entre os corredores de túmulos, um casal de idosos caminhava de mãos dadas, parando diante das lápides para decidir a ordem das visitas.
— Vamos primeiro na minha avó, depois na minha mãe — sugeriu a senhora, guiando o marido com o passo lento e seguro de quem já conhece o caminho há muitos anos.
Cânticos católicos e pontos da umbanda se entrelaçam
Enquanto isso, famílias trocavam flores murchas por arranjos frescos, acendiam velas, rezavam terços e entoavam cânticos. Em alguns pontos, as melodias católicas se misturavam aos pontos da umbanda.
A saudade nos cemitérios assume diferentes formas — e até gera trabalho. Uma dezena de meninos da região aproveita o dia para limpar túmulos em troca de alguns trocados. Munidos de sabão, cloro e escovas, eles percorrem as sepulturas oferecendo o serviço a quem chega com flores e saudade.
— Dependendo do estado do túmulo, cobramos até R$ 30 — contou um dos jovens, enxugando o suor antes de seguir em busca de mais um jazigo empoeirado.
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