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Drones térmicos: tecnologia que transforma calor em imagem desperta interesse do tráfico no Rio
Equipamentos avançados unem câmera óptica e sensor infravermelho, ampliando o alcance da vigilância aérea
Uma investigação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) revelou que traficantes do Comando Vermelho, atuantes no Complexo da Penha, Zona Norte do Rio, negociavam a aquisição de drones equipados com câmeras térmicas — tecnologia capaz de detectar pessoas mesmo em ambientes escuros. Esses aparelhos utilizam sensores infravermelhos para captar o calor emitido por pessoas, animais e objetos.
Diferentemente das câmeras convencionais, que dependem de luz para formar uma imagem, as câmeras térmicas transformam variações de temperatura em cores visíveis. Isso permite enxergar à noite, sob neblina, fumaça ou em meio à vegetação densa.
O uso dessa tecnologia é comum em áreas como segurança pública, operações de busca e salvamento, combate a incêndios e monitoramento industrial e agrícola.
Entre os principais modelos disponíveis no mercado estão o DJI Mavic 3 Thermal e o DJI Matrice 30 Thermal, ambos equipados com câmeras duplas — uma óptica e outra térmica. Esses drones conseguem detectar a presença humana a grandes distâncias, dependendo das condições ambientais. No Brasil, os preços variam de R$ 30 mil a R$ 60 mil, podendo ultrapassar R$ 100 mil em versões com sensores de maior resolução e acessórios profissionais.
O desempenho dos drones térmicos depende de três fatores principais: resolução do sensor, qualidade da lente e contraste de temperatura entre o alvo e o ambiente. Em situações ideais, é possível distinguir a silhueta de uma pessoa a dezenas ou até centenas de metros. No entanto, em áreas urbanas densas, com construções próximas, calor do asfalto ou chuva, o alcance e a nitidez das imagens tendem a ser reduzidos.
De acordo com os investigadores, os criminosos pretendiam utilizar os drones térmicos para monitorar incursões policiais e reforçar o controle territorial. O conteúdo das conversas foi anexado à denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ), que embasou a megaoperação realizada na terça-feira (28), quando 113 suspeitos foram presos. Parte da liderança da facção ainda não foi localizada.
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