RJ em Foco
Deputados ingressam com ação arguindo inconstitucionalidade de lei que autoriza usar royalties do Rioprevidência para pagar dívida e na segurança
Parlamentares pedem que seja deferida liminar para sustar imediatamente efeitos da nova legislação
Seis deputados da oposição ingressaram com Ação Direta de Inconstitucionalidade no Tribunal de Justiça do Rio contra a lei que autoriza o estado a usar recursos de royalties do petróleo, antes destinados ao Rioprevidência — o fundo de Previdência dos servidores do estado —, para pagamento da dívida pública com a União e na segurança pública. Luiz Paulo (PSD), Flavio Serafini (PSOL), Carlos Minc (PSB), Elika Takimoto (PT), Marina do MST (PT) e Martha Rocha (PDT) pediram que seja concedida liminar para suspender, até o julgamento da ação, os efeitos da lei, sancionada esta semana pelo governador Cláudio Castro.
Nova legislação:
Tortura:
Na ação, os deputados alegam que a transferência imediata dos royalties e participações especiais causaria dano irreversível ao patrimônio do Rioprevidência, comprometendo o pagamento futuro das aposentadorias e pensões de todos os Poderes. O texto autoriza o estado a gastar até R$ 32,9 bilhões da verba destinada ao Rioprevidência para quitar cotas da dívida pública do Rio com a União e usar na área de segurança até dezembro de 2026.
— O uso de royalties e participações para quitar dívida pública é ilegal e inconstitucional. O perigo de dano é imediato, grave e de difícil ou impossível reparação. O desvio de recursos ameaça a segurança financeira e o fluxo de pagamento dos benefícios previdenciários. Esse risco recai sobre os aposentados e pensionistas, envolvendo todos os Poderes, cuja subsistência depende integralmente desses proventos e que goza de especial proteção constitucional — disse Luiz Paulo.
Para Flavio Serafini, a medida leva a falência da autarquia:
— Se essa medida se concretizar, ela encomenda a falência da previdência social do Rio de Janeiro, colocando em risco a sobrevivência de mais de 160 mil servidores aposentados, pensionistas e de seus dependentes e com um impacto nefasto no conjunto das contas públicas. O governo prevê um déficit de 19 bilhões para o orçamento de 2026. Com esse rombo na Previdência vai quebrar de vez.
Castro: 'sem comprometimento de aposentadorias'
Em nota, ao divulgar a sanção da lei, Cláudio Castro afirmou que a iniciativa foi proposta pelo Executivo "com total responsabilidade fiscal". E que, "com o projeto voltado ao uso de recursos excedentes de royalties, fortalecemos o Tesouro estadual, sem qualquer comprometimento no pagamento de aposentadorias”.
O estado alega ainda se tratar de compensação dos valores que aportou no RioPrevidência para a cobertura de insuficiências financeiras em dez anos, num total de R$ 37,8 bilhões. Desse montante, devem ser descontados os R$ 4,9 bilhões que o governo remanejou do fundo em 2024 para pagamento da dívida com a União.
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