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Moto, sustento e risco: o desafio que o Rio precisa enfrentar junto
Artigo por Carlo Caiado, presidente da Câmara Municipal do Rio de Janeiro

O número de acidentes envolvendo motos no Rio chegou a um ponto crítico. Só no primeiro semestre de 2025, quase 15 mil pessoas ficaram feridas e precisaram de atendimento em hospitais municipais. São 80 vítimas por dia, segundo dados da Prefeitura.
O Corpo de Bombeiros confirma: três a cada quatro acidentes de trânsito na cidade envolvem motos, o equivalente a um acidente a cada 25 minutos. Mesmo sendo apenas 16% da frota, as motos concentram 75% das ocorrências.
Esses números revelam um cenário alarmante: a cidade depende cada vez mais das motos, mas oferece cada vez menos segurança a quem vive sobre duas rodas. O aumento de entregadores e mototaxistas, impulsionado por aplicativos e pela facilidade de crédito, fez crescer a frota: 135 mil novas motos em 2024, 20% a mais que no ano anterior.
São profissionais essenciais, que fazem a cidade funcionar, mas que estão pagando com a própria saúde — e muitas vezes com a vida — o preço da precariedade. Em 2024, 458 pessoas morreram em acidentes de moto no Estado do Rio, segundo o Datasus.
Por isso, convoquei uma reunião, nesta quinta-feira, com representantes dos entregadores, mototaxistas, Prefeitura e as Comissões de Transportes e de Saúde da Câmara. É o primeiro passo de um diálogo que precisa ser permanente, para garantir condições mais seguras e dignas de trabalho.
A Prefeitura já lançou o Programa de Monitoramento de Direção Segura, que fiscaliza comportamentos de risco e cria pontos de apoio para motociclistas. É um avanço importante. Mas nenhuma medida será suficiente sem a escuta e a participação dos próprios trabalhadores.
O poder público precisa agir com diálogo e compromisso com a vida. Porque nenhuma entrega é mais urgente do que garantir que quem sai para trabalhar volte para casa com segurança.
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