O presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou aos ministros que utilizem o período do Natal para reforçar a campanha em prol do ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, seu indicado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). A indicação de Messias, que é evangélico, encontra resistências entre senadores.

"Quem tiver um senador amigo, não deixe de ligar (no Natal) e pedir voto para Messias", afirmou Lula durante a última reunião ministerial do ano, realizada nesta quarta-feira, 17, na Granja do Torto.

Lula destacou o mérito profissional de Messias. "A indicação dele é por mérito, não é por amizade pessoal", ressaltou, em resposta a senadores que alegam proximidade política do indicado com o PT como motivo de rejeição.

A escolha de Messias para a vaga do ministro Luís Roberto Barroso no STF desagradou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que defendia a nomeação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para o cargo.

Lula anunciou a indicação de Messias sem consultar Alcolumbre, o que gerou insatisfação. Em reação, o presidente do Senado agendou a sabatina do advogado-geral da União na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para o dia 10. Aliados de Alcolumbre afirmam que a decisão visava dificultar a articulação de Messias para conquistar votos, mas o senador nega a intenção.

Para ser aprovado como ministro do STF, o indicado pelo presidente precisa obter apoio não apenas na CCJ, mas também no plenário do Senado, onde é necessário o voto favorável de pelo menos 41 dos 81 senadores.

Diante da movimentação de Alcolumbre, Lula optou por adiar o envio da mensagem presidencial ao Senado formalizando a indicação de Messias, o que resultou no adiamento da sabatina.

A expectativa do governo é que a sabatina seja remarcada para o início de fevereiro de 2026, após o recesso parlamentar.