Política

Debatedores defendem ampliação de políticas públicas para crianças e adolescentes com deficiência

Especialistas e parlamentares cobram mais recursos, unidades e apoio às famílias após dados do Censo 2022 revelarem número expressivo de diagnósticos.

17/12/2025
Debatedores defendem ampliação de políticas públicas para crianças e adolescentes com deficiência
Plenário da Câmara dos Deputados - Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

O Censo de 2022 do IBGE revelou que 2,2% da população brasileira de 2 a 14 anos já receberam diagnóstico de algum tipo de deficiência.

Esse dado representa uma mudança significativa na vida das famílias, que passam a buscar atendimento especializado, principalmente nos sistemas de ensino e saúde.

Durante audiência realizada na terça-feira (16) pela Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família, debatedores solicitaram políticas públicas mais eficazes para crianças e adolescentes com deficiência.

A psicanalista Cristiane Lima destacou que a demanda por cuidados especiais recai principalmente sobre as mães, já que muitos pais abandonam os filhos com deficiência.

“As mães enfrentam uma sobrecarga emocional intensa e desenvolvem transtornos. É dever da sociedade e do poder público acolher essas mulheres”, afirmou.

O educador Fernando Augusto de Almeida, que atua com estimulação precoce para crianças com deficiência na rede pública do Distrito Federal, ressaltou o aumento na procura por atendimento especializado.

Segundo ele, o DF dobrou o número de unidades de atendimento nos últimos dois anos, passando de 12 para 24, mas ainda há fila de espera.

“Precisamos de mais unidades e de profissionais qualificados. A rede pública não consegue atender a toda a demanda”, comentou.

A deputada Chris Tonietto (PL-RJ), proponente da audiência, reforçou a necessidade de mais recursos orçamentários e empatia nas políticas públicas voltadas a esse público.

“O Estado está falhando no acesso a medicamentos e terapias. Famílias atípicas não têm rede de apoio”, declarou.