Política

Girão aponta indícios de envolvimento de Lulinha em fraude no INSS e critica silêncio da mídia

Senador cita documentos e depoimentos da CPMI que relacionam filho do presidente Lula a investigados por lavagem de dinheiro e contratos suspeitos.

08/12/2025
Girão aponta indícios de envolvimento de Lulinha em fraude no INSS e critica silêncio da mídia
O senador Eduardo Girão (Novo-CE) - Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Em pronunciamento no Plenário nesta segunda-feira (8), o senador Eduardo Girão (Novo-CE) afirmou que documentos e depoimentos reunidos pela CPMI do INSS mencionam diretamente Fábio Luís Lula da Silva, o "Lulinha", em negócios envolvendo Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS. Segundo Girão, as investigações sugerem uma sociedade entre eles, além da criação de empresas no exterior para disputar contratos no Ministério da Saúde.

O parlamentar destacou que os documentos analisados pela CPMI apontam pagamentos a dirigentes partidários e vínculos do filho do presidente Lula com investigados por lavagem de dinheiro.

— Um desses projetos foi a World Cannabis, com o objetivo de vender produtos à base de maconha. Tudo denunciado por Edson Claro [um dos alvos das investigações da Polícia Federal e da CPMI]. Foi registrada outra empresa, a Candango Consulting, em Portugal, supostamente pertencente ao Careca e tendo Lulinha como sócio oculto. Segundo ele, Lulinha teria recebido R$ 25 milhões do Careca do INSS. Edson Claro, em seu depoimento, apresentou documentos da participação de Ricardo Bimbo, dirigente nacional do PT e coordenador do setor de tecnologia da informação. Ele teria recebido R$ 120 mil em sua conta pessoal e R$ 8 milhões por meio de sua empresa, a Datacore — declarou.

Girão ressaltou ainda que, apesar da gravidade dos fatos, a imprensa tem dado pouca atenção ao caso. O senador afirmou que depoimentos colhidos pela CPMI mencionam uma viagem para Portugal, em 2024, na qual o "Careca do INSS" teria estado no mesmo voo que Fábio Luís. Girão também acusou a base governista de atuar para impedir o avanço das investigações e proteger o filho do presidente.

— A gente precisa jogar luz nessas trevas. A base do governo Lula, o PT, não permitiu que tivéssemos acesso aos planos de voo, nem que a Latam liberasse a lista de passageiros do voo para Portugal. Tudo está sendo escondido da população brasileira, mas não dá para esconder por muito tempo. Desde que o escândalo veio à tona, Lulinha estaria morando em Madri, na Espanha, recebendo supostamente R$ 300 mil por mês do Careca do INSS. Mesmo assim, governistas atuaram para impedir sua convocação e a quebra de sigilo na CPMI da roubalheira do INSS — afirmou.