Política

Primeira Turma do STF forma maioria para condenar cúpula da PM-DF por omissão no 8 de Janeiro

Coronéis da Polícia Militar do Distrito Federal são responsabilizados por falhas deliberadas na segurança durante ataques aos Três Poderes.

04/12/2025
Primeira Turma do STF forma maioria para condenar cúpula da PM-DF por omissão no 8 de Janeiro
Primeira Turma do STF forma maioria para condenar cúpula da PM-DF por omissão no 8 de Janeiro - Foto: Reprodução/internet

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta quinta-feira (4) para condenar a cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal por omissão deliberada durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.

O ministro Cristiano Zanin acompanhou o relator Alexandre de Moraes e o ministro Flávio Dino, consolidando a maioria para condenar cinco coronéis acusados de sabotar a operação de segurança que deveria proteger os prédios dos Três Poderes. O julgamento ocorre no plenário virtual da Primeira Turma e segue aberto até 5 de dezembro, prazo para a ministra Cármen Lúcia registrar seu voto.

Na semana passada, Moraes já havia votado pela condenação da cúpula da Polícia Militar do DF a 16 anos de prisão, afirmando que os oficiais sabotaram a operação de segurança na Praça dos Três Poderes para facilitar a entrada dos manifestantes no STF, Congresso e Palácio do Planalto.

No voto, o relator destacou que "o aparato institucional de segurança do Distrito Federal foi intencionalmente neutralizado pelos próprios responsáveis por sua ativação", apontando uso de efetivo insuficiente, ausência de tropas especializadas, emprego de policiais em formação e falta de barreiras eficazes, além da ausência dos comandantes nas áreas críticas durante os ataques.

A condenação atinge cinco oficiais:

- Coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante-geral da PM do DF;
- Coronel Klepter Rosa Gonçalves, ex-subcomandante-geral;
- Coronel Jorge Eduardo Naime Barreto;
- Coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra;
- Coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues.

Os oficiais foram condenados por cinco crimes: tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e omissão imprópria.